OS ESCÂNDALOS envolvendo mais da metade da classe política brasileira, em todos os níveis de governo, tem levado o eleitor à descrença e isso tem como consequência a ausência nas votações a cada dois anos (eleições gerais e municipais). Em Mairiporã as abstenções crescem a cada pleito, passando de 24,95% (com a soma de brancos e nulos) para 30,27% em 2016. Os dados locais seguem tendência nacional.
As mais recentes pesquisas sobre a eleição deste ano são ainda mais alarmantes, pois indicam que entre 40% e 50% dos eleitores não vão aparecer para votar ou pretendem votar em branco ou anular o voto. Se confirmado, um número jamais visto em toda a história política do País.
Cientistas políticos são unânimes ao afirmar que esse comportamento é uma forma de protesto e clara demonstração de que a população está insatisfeita não só com os políticos, mas com o colapso da organização política e dos sistemas eleitoral e partidário.
Sem qualquer indicação de que os ‘representantes do povo’ estão dispostos a mudar tudo o que aí está e ouvir e atender as aspirações sociais, ou seja, uma mudança radical de atitude, a saída encontrada é não comparecer às urnas.
Números – Em Mairiporã a soma de abstenções, votos brancos e nulos passaram de 24,95% em 2008 para 26,49% dois anos depois. Na eleição de 2012 houve um salto para 29,59%, que retrocedeu um pouco em 2014, para 27,54%. Mas nas eleições municipais de 2016 bateu o recorde, com 30,27%.
Não foram feitas ou não se tem notícia de pesquisas realizadas no município este ano. Mas é visível entre a população, o desinteresse pela escolha do futuro governo (Estado e União). Com um colégio eleitoral de 60 mil eleitores, a repetição do percentual de 2016 representará mais de 18 mil votos não válidos.
Nos últimos dois anos diminuíram os protestos nas ruas, que é um indicativo da falta de interesse do cidadão pela política, que também ficaram menos atuantes nas redes sociais.