Finalmente a cidade agora pode contar com o corpo de bombeiros, bem pertinho. Cresci sabendo dos afogamentos na região das sete quedas e antiga “prainha” e mesmo não sendo tão velho, me acostumei com os atropelamentos na rodovia Fernão Dias.
Isso mesmo, quem tem mais de trinta anos se lembra que eram comuns os atropelamentos, infelizmente. Não havia passarelas e a rodovia era bem mais estreita. Fato é que Mairiporã ganhou esse presentão e com o privilégio de contar com uma base que funciona todos os dias o ano todo. Quem gosta da cidade fica feliz com esse ganho e seja como for, todos nós ganhamos e isso independe de opinião política.
Espantoso analisar que antigamente era comum atravessar essa rodovia, como se estivesse atravessando uma rua qualquer. Eu mesmo cansei de fazer isso em direção ao bairro da Capoavinha, nos tempos que ia a capela de Bom Jesus da Santa Cabeça.
Ando meio nostálgico e isso deve ser reflexo de ter entrado na quarta década. A distração já era minha, mas parece que ficou agravada. Ando deixando tudo em qualquer lugar. Quase sempre ouço as broncas pela entrega com atraso do artigo para edição deste jornal.
Quanto mais velhos ou mais experientes ficamos, maior é a quantidade de manias que vamos acumulando. Vamos querendo menos barulhos, menos efervescências e talvez até ficando mais práticos.
Claro, falo por mim, mas em partilhar sempre percebi os amigos da época da escola descrevendo da mesma maneira. Bom mesmo é poder sair por aí de cabeça erguida vendo quem prospera e quem está sempre na mesma e morre azedo e sozinho.
Amanhã será um lindo dia! Quem não acredita, respeito, mas não senta comigo à mesa.
Por outro lado, vejo gente bem mais jovem com tão pouca disposição que me sinto ainda capaz de muito. O tempo não para e quem quiser que aproveite quanto falta.
Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb