Pão francês tem alta de até 10% na cidade

A ALTA do dólar e o impacto direto no preço farinha de trigo, o pãozinho francês também está pesando mais no bolso do consumidor. O item, que é indispensável no café da manhã da maioria das famílias do País, teve alta de 5% a 10% nos últimos dias nas padarias da cidade.

De acordo com o Sindicato das Indústrias de Panificação de São Paulo, a matéria-prima está até 30% mais cara, porém a retração do setor por causa da pandemia levou os comerciantes a não repassarem integralmente esse percentual aos consumidores. Desde o início do decreto da quarentena e das medidas de isolamento físico, o faturamento do setor já caiu na média de 60%.

Ainda segundo o sindicato, quanto mais aumentar o dólar, mais serão as dificuldades das panificadoras. Além da questão da oferta e procura, o dólar tem disparado.

A entidade destacou ainda que além de pagar mais caro pela farinha de trigo, a maioria está sem estoque e não há muito o que fazer no momento e que o preço de um saco de 25 quilos – quantidade suficiente para a produção de 500 pãezinhos – custa entre R$ 62 e R$ 68, ou seja, o reajuste poderia ter sido pior ao consumidor, mas o atual momento não permitiu.

Preços – A reportagem do Correio percorreu inúmeras padarias, no centro da cidade, nos bairros mais afastados e em Terra Preta, e constatou que o reajuste de atér 10% elevou o preço médio do quilo do pão francês a R$ 12. O valor mais alto encontrado foi de R$ 14.

O valor percentual é praticamente 45 vezes maior do que o da atual inflação do Brasil, que chegou ao patamar de 0,22% em 2020, inclusive com deflação – queda de preços – em abril, de 0,31%. Nos últimos 12 meses, o índice é de 2,40%, ou seja, pelo menos quatro vezes menor que o reajuste. Caso o valor do aumento da farinha de trigo fosse aplicado integralmente, o quilo do pão custaria em torno de R$ 16,90.

A expectativa é que, com boa safra de trigo e também redução do preço do dólar, o setor consiga algum respiro. Mas, mesmo assim, a retomada do comércio também deverá ajudar nas vendas das padarias, que atualmente recorreram à diversificação de produtos ou ao serviço de delivery para garantir a sobrevivência.