As pessoas sérias, que horam compromissos, que pagam em dia ou atendem às convocações oficiais não merecem crédito das autoridades deste País. Quando se imagina que a coisa está mudando, saem decisões de incentivo aos subterfúgios, jeitinhos, arranjos políticos e, é bom dizer, sacanagem com as pessoas de bem.
Primeiro inventaram os Refis, que transformaram os bons pagadores em idiotas. Quem não paga tem inúmeras chances de fazê-lo, mas se preferir, pode continuar sem pagar porque nada acontece. Essa prática é comum em todas as esferas governamentais.
A pandemia do Covid-19 virou desculpa para todo tipo de ‘jeitinhos e picaretagens’. Governadores e prefeitos podem gastar à vontade, sem se preocupar com a Lei de Responsabilidade Fiscal, podem encerrar 2020 com restos a pagar (prefeitos novos vão se lascar) e tem permissão para ignorar licitações. Isto é, podem comprar de quem e onde quiserem e pelo preço que melhor lhes convier. Uma farra sem precentes.
Os cidadãos que não tem o CPF regularizado, puderam se inscrever para retirar os R$ 600,00 liberados pelo Governo Federal, a título de auxílio durante a pandemia. Quem não regularizou antes, que motivos terá para regularizar depois.
E a mais nova flexibilização é com os eleitores que não fizeram a biometria. Resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 23.615, publicada no dia 19 deste mês, liberou geral e ninguém mais tem o título de eleitor irregular. No caso de Mairiporã, 13 mil que não deram a mínima para o processo biométrico, vão pode votar em outubro ou novembro.
Quem atendeu ao chamado para obter o documento digital e ter direito a voto, pode se considerar palhaço. Quem enfrentou longas filas, debaixo de sol, mais palhaço ainda. Verdadeira palhaçaria.
As perguntas que ficam depois disso tudo: para que pagar impostos? Para que regularizar o CFP e o título eleitoral? Para que ser um cidadão cumpridor dos seus deveres? Para que votar?
Nossas autoridades, com desculpas as mais estapafúrdias e oportunistas, incentivam e participam da esculhambação geral da Nação.