Paiva Castro completa 45 anos em maio e futuro depende das ações de todos

No próximo mês de maio a Represa Paiva Castro, um dos principais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo, vai completar 45 anos, mas sua sobrevida como corpo hídrico dependerá do apoio e do empenho da população e dos gestores públicos.

A Paiva Castro é uma das represas que integram o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 7 milhões de pessoas, montante que já foi maior antes da crise hídrica em 2014, quando atendia mais de 9 milhões.

A obra de construção começou em 1968 e só foi concluída em 1972. Em maio do ano seguinte foi inaugurada. Até então o saneamento básico da cidade era responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, que foi transferido à Sabesp após aprovação pela Câmara Municipal.

Centenas de desapropriações de imóveis foram feitas à época, e a água da barragem sepultou mais de 300 olarias, a principal atividade econômica do município. Esse desaparecimento repentino é citado até hoje como um dos fatores que contribuiu para o atraso da cidade e o desenvolvimento lento que se observa desde então.

Caminho – Com uma área de 5,1 km², o fluxo de água que chega à represa é controlado na Barragem Atibainha, que também é controlada pela Sabesp e fornece água ao rio Juqueri, que corta Mairiporã.

A maior parte da água que sai da represa pe coletada pelos dutos da Estação Elevatória Santa Inês, que a bombeia ao topo da Serra da Cantareira, onde se situa a Barragem de Águas Claras. Esta água é aduzida por gravidade à Estação de Tratamento de Água do Guaraú, onde é tratada e posteriormente distribuída aos sete milhões de metropolitanos.

Empenho – Nas décadas de 1980 e 1990 muito se falava sobre a vida útil da represa. Na avaliação de especialistas, há que se ter todo empenho na sua manutenção e recuperação, para que haja a preservação desse importante manancial. Não adianta o governo investir recursos se a população não der sua colaboração.

Por outro lado, é importante salientar que a represa também é destino final do esgoto despejado a céu aberto por 80% da cidade, uma vez que a rede de coleta de resíduos sólidos é diminuta. É preciso sanar esse problema e outro, o de repor a vegetação desmatada no seu entorno nos últimos anos.