Os novos perigos das redes sociais

No início dessa semana, tanto o instagram quanto o facebook apresentaram instabilidade em diversos países, incluindo o Brasil e chegaram a ficar fora do ar. Portais que reúnem reclamações sobre aplicativos e sites em várias nações chegaram a registrar mais de 40 mil reclamações de usuários do Facebook no Brasil e 30 mil sobre o Instagram. Vários países reportaram problemas semelhantes, inclusive nos Estados Unidos, o Facebook teve mais de 580 mil reclamações, enquanto o Instagram, mais de 90 mil. Já na terra dos Beatles, foram registradas mais de 150 mil reclamações no Instagram e mais de 25 mil no Facebook.

Eu logo notei que meu feed não carregava, como se estivesse sem conexão. No caso do face, deslogou. Como não é nada comum, tive a curiosidade de ler o que diria a Meta a respeito, que publicou apenas que estava trabalhando para resolver a questão, sem detalhar o que houve.

Um pouco de ausência desses aplicativos e a gente percebe o quanto nos tornamos escravos deles. Principalmente essas redes sociais em que é comum que as pessoas tenham a necessidade de criar aparências maravilhosas. Parecer alguém incrível me parece ser o grande objetivo da maioria. É preciso lembrar o perigo da armadilha de se esquecer que as aparências, claro, importam muito, mas aparências falsas não sustentam respeito e valorização.  Claro que cuidar da aparência influencia o crescimento profissional, uma boa venda é até importante para arranjar um bom partido e quem sabe engatar um relacionamento. Eu, como não tenho um capital financeiro já estabelecido, trato de pentear bem o cabelinho e me vestir de maneira que ao ser visto, cause boa impressão a quem quer que seja.

Mas o ponto que quero abordar é justamente das aparências superficiais. É quando alguém passa a se preocupar mais com essa máscara da rede social do que consigo mesma e pior ainda, olha para a vida dos outros se sentindo menor e estabelecendo comparações. Há uma comparação científica pautada em dois pilares: hierárquica e assimétrica e que significam uma comparação com um terceiro que passa uma percepção de que o outro é melhor, maior e tem maior valorização do que você, seja por qual razão. Problemas de saúde mental e depressão estão sim associadas a esse sentimento de inferioridade de quem passa  muito tempo na vitrine do instagram olhando para a vida do outro que muitas vezes não é real e se lamentando por não ter a mesma condição.

Esse barulho do funk, tem ecoado nos ouvidos dos jovens, além da propagação da sexualidade banal, talvez algo de tamanha gravidade, justamente a ostentação ou demonstração de que felicidade está unicamente associada a ter uma moto, corrente de ouro e um carro. Muitos desses meninos nesses clipes de sucesso, alugarem um carro de luxo apenas para fazer foto e se exibir para milhares que ficam sonhando em ser exatamente o indivíduo ao volante em uma imagem que não passa de uma estratégia publicitária para visualizações na internet. Enfim, sem esse papo de minha geração era melhor, mas é preciso orientar nossos filhos para esse perigo.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”