Os consórcios

Há no Brasil dezenas de tipos de consórcio. Tem de tudo, desde imóveis, eletrodomésticos e veículos, até municípios que se unem, segundo dizem, para buscar soluções para os problemas comuns. Difícil saber quais são esses problemas que dizem respeito a mais uma cidade.

Essa onda de reunir prefeitos e vereadores sob o mesmo guarda-chuva, tipo ‘a união faz a força’ (na verdade a União sempre fez açúcar) começou nos anos 1990 e desde então Mairiporã tem participado de vários consórcios e de câmaras técnicas. O resultado prático disso é nenhum, nada.

Os grandes municípios, com populações acima de 300 mil habitantes, estes sim se beneficiam dos consórcios, principalmente porque são colégios eleitorais interessantes para a classe política de modo geral e, em especial, aos governantes de plantão.

Dezenas foram as reuniões que contaram com representantes mairiporanenses ao longo dos tempos, que além dos discursos enfadonhos, palavras de ordem e discussão de problemas que interessavam somente aos ‘primos ricos’, ou seja, as grandes concentrações populacionais. Os pequenos nunca viram alguma demanda sequer ser colocada em pauta para discussão, muito menos resultados práticos, como é o caso de Mairiporã. Não é pois, sem razão, que os prefeitos que optaram por grudar o traseiro nas confortáveis cadeiras no Palácio Tibiriçá, nunca fizeram nada que pudesse alavancar o nosso desenvolvimento, exceção feita ao atual chefe do Executivo, que busca recursos em todas as esferas para enfrentar problemas de décadas.

Esse comportamento do prefeito é mais uma prova inconteste de que os consórcios são um instrumento com resultados pífios, distantes daquilo que a população espera.

Na semana passada, Mairiporã ingressou no Condmat (Consórcio de Desenvolvimento de Municípios do Alto Tietê). De cara, a pergunta: que interesses têm as cidades dessa região do Estado, com os de Mairiporã? A imprensa de Mogi das Cruzes, uma das cidades desse agrupamento de prefeituras, criticou o ingresso da aldeia pitoresca.

Já de muitos anos nossa aprazível urbe integra o Cimbaju, da qual fazem parte as outras quatro cidades da região. De concreto, até onde se sabe, nenhum resultado prático que tenha beneficiado de modo global os seus mais de 500 mil habitantes.

Como disse nosso editor, Wagner Azevedo, na Coluna do Correio da edição passada, “cidades médias e pequenas são cooptadas para os consórcios exclusivamente para fazer volume”.