Ônibus morro acima

Não bastasse o terror causado pelo novo coronavírus, com macabra sucessão de mortes, as falhas quase que diárias da empresa de ônibus que presta serviço no município demonstra que a saída da ETM foi um daqueles equívocos de dimensões gigantescas.

Essa história do ônibus urbano é um assunto que vem de priscas eras, muito mais pela politicagem barata dos políticos de Mairiporã, do que pela qualidade ofertada aos usuários. Vereadores, principalmente, querem que as linhas sirvam seus eleitores e, se possível, com paradas na porta de cada um. E essa vertente de pensamento, da qual usam e abusam para impressionar aquela camada de ignorantes, que infelizmente têm direito a voto, nos leva ao que estamos vendo agora.

Uma empresa que sabe dos custos reais dos serviços que presta, não poderia, em plena campanha eleitoral no ano passado, aceitar redução de tarifa, como se viu. Preços menores + queda no número de passageiros em virtude da pandemia, é uma equação que até criança do ensino básico sabe que não pode dar certo.

Os problemas, como o que vi nas redes sociais, de mandar as pessoas descerem do coletivo porque não tinha força suficiente para subir uma estrada íngreme, não só são ridículos, como podem se repetir.

O prefeito precisa se ater a esse problema e abrir um processo de licitação sério, sem manobras para favorecer empresas, como se viu nas tantas que foram suspensas pelo Tribunal de Contas, todas da gestão do senhor Antônio Aiacyda, e devolver à cidade um transporte de qualidade, com uma empresa que tenha um mínimo de gestão.

Até agora, depois que retiraram a ETM, o que temos visto é um arremedo de serviço prestado e que, hora menos hora, voltará a repetir uma série de problemas. Mais um pouco e essa história de descer do ônibus chegaria ao absurdo de pedir aos usuários que empurrassem o veículo, morro acima.

O usuário merece respeito e saber que, ao sair de casa, terá um transporte que o leve em segurança para o trabalho ou outros afazeres.

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988