Muitas das decisões importantes na vida das cidades são adotadas em ano pré-eleitoral, como este que estamos vivenciando. Se no ano do pleito nada é permitido, no anterior é um vale tudo que em alguns lugares trazem consequências irreparáveis.
Os senhores vereadores, que agora estão em pleno gozo de férias, voltam às sessões em agosto e a sociedade tem que estar de olho em todos eles, pois basta um cochilo para que modificações sejam perpetradas e que vão ditar o ritmo dos próximos anos.
Muita gente deve ter se esquecido, mas eu não: o projeto que oferta um salário extra aos vereadores a cada final de ano (13º salário), e que concede ainda férias remuneradas, dorme em alguma gaveta do Parlamento, mas prontinho para ser acordado por algum edil mais afoito. Este segundo semestre é uma oportunidade excelente para a concessão de tais benefícios.
À reboque disso tudo, os vereadores podem votar projeto que aumenta os próprios salários, e o mais perturbador deles todos, o que amplia o número de cadeiras. Quem se mostra incomodado com o atual quadro político, e por isso mesmo se não se sente confortável para enfrentar as urnas, pode perfeitamente ligar o botão vermelho e incendiar o plenário com essa proposta.
Enquanto as atenções estarão voltadas ao Orçamento do ano que vem, nossos espertos vereadores têm um olho no peixe e outro no gato.
Nos meios políticos ainda não se leva a sério tais elucubrações, mas não custa estar alerta. A classe política não joga para perder e, se as ações são em benefício próprio, são ágeis como flecha.
A princípio, resta esperar e torcer para que nada disso seja levado a cabo. Mas, como diziam nossos avós, ‘cautela e caldo de galinha na faz mal a ninguém’.
Por isso, olho neles!
