Oito perguntas

Beirou a incredulidade a performance teatral do líder do prefeito, vereador Carlos Augusto, na sessão que encerrou melancolicamente os primeiros 365 dias do parlamento municipal. Não sei se o vereador é instado a se comportar daquela maneira ou se lhe falta discernimento político.
Em seu discurso ao final da sessão, disse que vai apresentar, através de requerimento, na primeira sessão do ano vindouro, um questionário com 8 perguntas sobre o Hospital Anjo Gabriel. E o fez em tom intimidatório, como se estivesse falando a idiotas.
Diante de um plenário cheio, deixou o histrionismo tomar conta e discorreu sobre as questões, não sem antes exaltar que documentos valem mais que palavras.
As perguntas: 1) Qual o valor total gasto até o momento com o hospital Anjo Gabriel; 2) O Hospital Anjo Gabriel atende a todas as especificações técnicas exigidas pelos órgãos competentes? 3) Caso falte alguma adequação ou reforma quais seriam e por quê? 4) Quais são os documentos e autorizações necessárias para o funcionamento do Hospital Anjo Gabriel junto a todos os órgãos competentes. 5) O Hospital Anjo Gabriel tem todas essas documentações ou se estão faltando algumas e por quê? 6) O Hospital Anjo Gabriel já conta com os serviços da Elektro para o fornecimento de energia elétrica e da Sabesp para fornecimento de água e captação de esgoto? 7) A Prefeitura tem equipamentos e funcionários suficientes para que o hospital esteja em funcionamento e 8) Qual o custo mensal para que o Hospital Anjo Gabriel esteja em funcionamento?
O leitor, a esta altura deve estar se perguntando se o vereador chegou a tanto. Pior que sim! Ao invés de fazer politicagem sobre um hospital que foi construído com o dinheiro do povo, porque o vereador, junto com todos os outros colegas e o prefeito, não arregaçam as mangas e solucionam, se este for o caso, as oito questões colocadas? O povo não quer saber se falta isso ou aquilo. O povo quer o hospital funcionando.
Que o vereador tenha um comportamento perto do servilismo em relação ao Executivo (não se sabe até quando, pois chega uma hora que de tanto puxar o saco ele dói), é até compreensível, pois deve lá ter suas razões e seus ganhos com isso. Mas o prefeito deveria ser mais inteligente e ao invés de castigar o povo, privando-o de atendimento digno na saúde, deveria colocar o hospital funcionando e, mesmo a contragosto, dividir os louros com o ex-prefeito. Um construiu, mas o outro fica com a glória de colocá-lo em funcionamento.
Oito perguntas imbecis, fruto do tamanho da capacidade do vereador, que deveria dizer à cidade não os problemas que o hospital possa ter, mas o que já fez e o que pretende fazer para solucioná-los.