Obrigação!

O prefeito Antônio Aiacyda, de um tempo a esta data, tem gasto desmedidamente o dinheiro público em propaganda de sua administração. Usa uma série de meios para fazer chegar à população os seus feitos e essa dinheirama, certamente, sai do bolso do povo.
O prefeito usar desse expediente para se promover não é novidade, ele até se faz de inocente quando fala da coisa pública. O que espanta é todos aqueles que estão em seu entorno trocarem a lucidez pelos cargos e benesses advindas do dinheiro público.
No caso da Câmara, os senhores edis perderam o trem da história quando se trata de falar em economia e desperdício do dinheiro público. Na sessão que marcou a volta dos senhores vereadores ao batente, esta semana, o vereador Éssio Minozzi Júnior ensaiou criticar quem considera que tudo aquilo que é feito pelas autoridades eleitas é obrigação. É obrigação, nobre vereador!
O que o prefeito e os parlamentares querem passar aos muitos incautos desta cidade, é que todos vocês são bonzinhos, gostam do povo, trabalham incansavelmente por ele. Só não se lembram, por conveniência, que são regiamente pagos (o prefeito ganha perto de R$ 20 mil por mês) para trabalhar pela cidade. Ninguém foi na casa de cada um dos vereadores e do prefeito pedir para que se candidatassem. Uma vez eleitos, é obrigação sim trabalhar por todos.
O que o prefeito tem feito com as muitas mídias, agora com outdoors, é torrar o dinheiro público que poderia ser empregado em áreas carentes de sua administração.
Há décadas (e muitos vereadores têm assento na Câmara há pelo menos uma década) o orçamento municipal esvai pelo ralo da incompetência e dos acertos de bastidores. E a Câmara Municipal nunca se dignou em saber para onde vai toda essa dinheirama. Não é pouco. Em dez anos, para não irmos longe, os orçamentos municipais somam mais de R$1,5 bilhão. É de se perguntar: “Cadê o dinheiro que estava aqui?”.
Outdoors só falam das maravilhas que o prefeito fez, e que é obrigação. Por que não aproveitar, já que o dinheiro é do povo, e colocar outdoors falando sobre a caótica Saúde pública, a falta de segurança, de políticas públicas de geração de emprego, de Educação, da caótica mobilidade urbana, da falta de saneamento básico, das altas taxas e impostos, da farra de nomeações de apadrinhados políticos.
O que temos, na verdade, são políticos que se calam, outros fingem interesse e que tudo está às mil maravilhas. A imprensa, quer dizer, aquela independente e que dá voz ao povo, resta denunciar para que o povo saiba a verdade.
Enfim, essa é a Câmara Municipal e a Prefeitura que temos, tal qual e que, sinceramente, não merecemos!