Obrigação de legislar

Uma nova composição de vereadores terá assento na Câmara a partir de janeiro. Sete neófitos, para sermos mais exatos. Sete que também foi o número de novatos que chegaram ao Poder Legislativo em 2017, com promessas de mudanças.

Não foi o que se viu nos últimos quatro anos. Uma Câmara submissa às vontades do Poder Executivo foi a forma como o Legislativo se comportou, longe de representar os anseios da sociedade mairiporanense. O prefeito que está de saída não enfrentou nenhum tipo de problema ao longo de três anos e aprovou aquilo que melhor lhe convinha.
Destaque nessa conveniência, empréstimos bancários de R$ 20 milhões, que já viraram R$ 32 milhões e que caberá ao novo inquilino do Palácio Tibiriçá pagar, justamente em tempos em que a economia vai mal, os empregos sumiram e a pandemia continua firme e forte a assolar o País.

Poder-se-ia dizer mais sobre a Câmara e os vereadores que terminam o mandato no dia 31, mas o foco, aqui, é lembrar aos eleitos, e também àqueles que se reelegeram mas viram a votação diminuir sensivelmente, que a cidade exige mudanças não só na forma de legislar, mas também que o relacionamento com o Executivo seja saudável, com parceria que vise, antes de tudo, o bem comum.

A hora de acabar com enxurradas de indicações repetitivas, que nunca são atendidas, de moções inócuas e requerimentos que nunca são respondidos, já passou. A hora de legislar, de buscar solução para os problemas em outras esferas, de discutir com seriedade e sem politicagem quais os caminhos para indicar um rumo ao futuro.

O trabalho que se convencionou chamar de ‘perfumaria’, ou seja, concessão de honrarias, indicações eleitoreiras (que a maioria dos eleitores não aceitou), moções de agradecimento, de apoio e outras baboseiras mais, deve cessar juntamente com o mandato da atual composição.

Tempos novos e, por isso mesmo, se exige posturas mais dinâmicas e vontade política de fazer mais. Aos vereadores, a obrigação primeira será a de legislar.