O voto em 2020, sem coligação

Os nomes que já aparecem no registro de candidato às eleições de novembro em Mairiporã, que ainda precisam ser referendados pela Justiça Eleitoral, deixa antever que será a mais difícil disputa para o preenchimento das 13 cadeiras do Legislativo.

O fim das coligações para eleições proporcionais foi certamente a principal mudança, e vai fazer sua estreia justamente em um cenário completamente atípico.

Sem a ajuda de candidatos mais inexpressivos, a alavancar aqueles que ou já está no cargo ou são mais conhecidos, há necessidade de se alterar as estratégias, pois todas as legendas que desejam estar nas urnas, se veem obrigadas a formar chapas próprias, o que provoca aumento no número de postulantes, e que certamente terá impacto decisivo na governabilidade ao longo dos próximos quatro anos.

Pela regra, aprovada em 2017 e que passa a ser aplicada neste pleito, os partidos não podem mais se coligar na disputa das vagas para vereador. Segundo os autores da lei, o objetivo é acabar com o chamado “efeito Tiririca”, pelo qual a votação expressiva de um candidato ajudar a eleger outros do grupo de partidos que se uniram.

Nas cidades maiores isso, na prática, elegia parlamentares de legendas diferentes, com votação reduzida, graças ao desempenho do chamado “puxador de votos”. No caso de municípios menores, como é o caso de Mairiporã, os votos dos poucos conhecidos ajudavam a fortalecer os ‘caciques’ das agremiações mais conhecidas. E também alguns não tão bons de voto, que se valiam do aumento do coeficiente partidário.

Na avaliação de analistas políticos, a nova regra deve mudar a composição nas Câmaras, com um Legislativo mais fragmentado. Se isso torna a representatividade maior, também será um desafio à governabilidade.