A figura do vice-presidente, do vice-governador e do vice-prefeito não possuem status de protagonistas. Segundo na hierarquia, muitos eleitos ficam à margem de todo o processo político-administrativo, a maioria por vontade expressa do presidente, do governador e do prefeito. A sombra que fazem intimidam os titulares.
Em Mairiporã, segundo historiadores, apenas dois vices se tornaram prefeitos eleitos: Florêncio Pereira e Arlindo Carpi. Outros, ‘reinaram’ por curtos períodos, como os casos de José Enrico Pappalardo (Zezo), na legislatura 1964/1968, depois da descoberta que a ‘renúncia’ do titular era uma fraude, e nos anos 1983/1988, com as férias do prefeito, e pelo mesmo motivo na administração 1993/1996, nas duas oportunidades com Armando Pavanelli.
O eleitor, no entanto, em sua maioria, tem dúvida de qual é, de fato, a função do vice, além daquilo que consta na Constituição, ou seja, figura decorativa que só assume em função do impedimente do prefeito.
Em nível nacional, durante um certo período, os vices foram protagonistas na história mais recente, sem considerar a chamada República Velha. Com a morte de Tancredo Neves, antes mesmo da posse, assumiu o vice, José Sarney; a cassação de Fernando Collor (que também renunciou) levou Itamar Franco ao poder e, nestes dias que correm, Michel Temer substitui Dilma Rousseff, que enfrenta um processo de impeachment.
Em nível municipal a história poderia ser outra, se houvesse entrosamento entre prefeito e seu vice, que deveria participar mais efetivamente do governo, na discussão e definição de projetos para o município. Segundo a Constituição, o vice pode e deve exercer função dentro da administração municipal. Na prática…
O vice é muito bem vindo durante o período eleitoral, sempre ao lado do do candidato a prefeito, com direito a relação mais que amistosa. Pós-eleição o tratamento passar a ser de esquecimento e frieza e há casos, na história recente de Mairiporã, que o vice, ou a vice, não tem direito a uma sala dentro do paço municipal. Isso leva o vice a se desgastar com a imagem de incompetência e sem nenhum poder de decisão.
Como no futebol, vice é vice, não ganhou, não será lembrado pela história.
