O vexame da nossa mobilidade urbana

Reportagem que está publicada nesta edição, mostra os resultados de um estudo realizado pelo IGMA (Índice de Gestão Municipal Áquila), uma plataforma criada com o propósito de acompanhar a evolução dos municípios brasileiros.

Dentre os quatro indicadores avaliados, Mairiporã foi muito bem em Eficiência Fiscal e Transparência e em Educação. Esta última, aliás, com expressiva pontuação se comparado com os municípios da região.

No entanto, como era de se esperar, a Mobilidade Urbana fez feio, com uma pontuação absurdamente baixa. Só para efeito comparativo, enquanto a Educação teve 82,58, a Mobilidade Urbana chegou a 35,61, ou seja, quase três vezes menos.

Novidade no resultado? Nenhuma. A ausência de políticas públicas para a mobilidade urbana é fato que se tornou corriqueiro, tamanha a falta de sensibilidade e interesse das nossas autoridades. O máximo que os governantes conseguem é piorar o que já está ruim, como vimos na administração anterior, com a colocação absurda de semáforos na única via de desafogo do tráfego.

O amigo leitor já deve saber, à sobejo, quais as necessidades de Mairiporã em sua mobilidade. Só que as autoridades dão de ombro para o problema, que agrava diariamente. Além da inexistência de políticas públicas para o setor (o Plano de Mobilidade Urbana que a Câmara aprovou no ano passado é uma pilhéria), inexistem pessoas gabaritadas para desenvolver e propor soluções que a população aguarda há mais de 30 anos.

Prefeitos que passaram pela chefia do Executivo encomendavam estudos e planos para minorar os problemas no setor. Só que as encomendas nunca foram entregues e curiosos deram o ar da graça, em dezenas de oportunidades, para falar e discutir daquilo que não entendem.

O prefeito Aladim, que tem demonstrado interesse em solucionar problemas de décadas, pode fazer a diferença se também, a exemplo do que tem feito na área da Saúde, der atenção especial ao trânsito mairiporanense.

E teríamos um bom começo se profissionais gabaritados, como engenheiros de tráfego, por exemplo, fossem chamados a opinar, efetuar estudos e só então propor um plano sério para a mobilidade urbana. É preciso parar com alquimias no trato de um problema que é tão antigo quanto a cidade.

Portanto, nenhuma novidade na nota obtida no estudo divulgado.

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988