Eu não sou um contador de histórias, longe disso. Aliás, me enrolo para narrar uma simples piada. Geralmente me perco na sequência e no final a graça fica perdida. No entanto, quem não gosta de contar uma boa história?
A que quero mencionar não é minha. Emprestei de um amigo e seu nome permanecerá guardado a sete chaves até que um dia talvez eu possa entregar aqui sua identidade.
Não é uma história triste, pois essa coisa de felizes só no final não é comigo. Eu chamaria de uma versão de felicidade, já que todos somos iguais e temos o direito de perseguir a nossa própria versão de felicidade.
A vida é surpreendente e não escolhemos o amor. Pelo contrário, o amor pode nos escolher e nesses dias resolveu escolher esse amigo que me elegeu confidente. Logo abracei o presente, ainda mais nesse nosso tempo que confiança é coisa rara. Tratei então de receber e guardar como tesouro e vejo nos olhos dele um brilho diferente.
Está por surpreso e por vezes até incrédulo do que está vivendo.
A experiência de se apaixonar tem mudado seus dias e as novas cores que se desdobram parecem mesmo dar uma nova textura em cada dia que acorda, achando até ser bom demais para ser verdade. Seus pés, que já caminharam por tantos lugares e seus olhos, que já viram muito, em um instante foram fisgados pelo visgo de outro olhar e um amor inesperado e maravilhoso como uma manhã de sol surgindo por entre uma montanha.
O tempo é só um detalhe e o que importa é se lambuzar da delícia de experimentar essas novas sensações. Muitas delas jamais vividas antes e que hoje desabrocham como se encomendadas por algum anjo que escapou de alguma milícia e veio morar na terra.
Se a sua história tem um anjo, não sei meu caro amigo, e me atrevo a te aconselhar que não se preocupe. Basta que viva quanto for possível viver. O amor deixa melhor até um dia nublado e frio e pelo visto te escolheu. Te viu passar e te atraiu. Bobagem seria abdicar disso, não é mesmo?
Essa história não é minha, mas poderia ser minha ou sua, caro leitor. Se ficou curioso, saiba que permanecerá assim. Ao amigo, vá em frente! O que vale a pena é ser feliz!
Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”
