O protagonismo da pandemia

A cada noticiário que assisto, jornal que leio, rádio que ouço, entendo menos toda essa situação da pandemia do novo coronavírus. Como cidadão, deveria ser o mais bem informado possível. Mas não é o que acontece. No Estado de São Paulo, até onde acompanho, a bagunça é generalizada, ninguém conversa a mesma língua, cada um puxa a sardinha para a sua brasa e em meio a tudo isso, um governador que adota medidas ao sabor do vento.

A fase vermelha não vale para todo mundo. Algumas cidades conseguiram na Justiça o direito a um estágio anterior, o laranja. O próprio governador manda fechar escolas, o comércio, paralisa os prestadores de serviço mas permitiu a abertura de templos religiosos. Como entender esse critério? Se é que podemos chamar assim essas decisões estapafúrdias.

Aliado a todo esse dantesco quadro, também não entendo como as restrições, ainda que não alcancem o percentual desejado, mais as vacinas aplicadas, não colaborem na redução dos casos e mortes. Dia vem, dia vai, e os anúncios são bombásticos, com recordes de pessoas vítimas do coronavírus.

Mas não fico preocupado em saber ou não como funciona todo esse mecanismo da pandemia. Quem deveria entender, também não sabe absolutamente nada. O cidadão está à mercê daquilo que dizem e comentam os que se ‘consideram’ especialistas. Nos programas de TV que abordam a pandemia, todo mundo é ‘craque’ no assunto. Um autêntico besteirol despejado na casa do telespectador.

Se todo esse flagelo for analisado em nível nacional, aí é melhor desistir. As notícias são as mais desencontradas possíveis, um dia tem vacina, no outro não, anunciam-se faixas etárias para a imunização e, do nada, muda-se tudo, enfim, a pandemia do coronavírus não poderia ter encontrado lugar melhor no mundo para alcançar o protagonismo: o Brasil! E, claro, São Paulo!

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988