O povo paga

Dinheiro público, na verdade dinheiro do povo, sempre foi objeto de desejo e sonho de consumo dos políticos.  Estão intimamente ligados neste País onde a desfaçatez impera e as decisões são enfiadas goela abaixo do cidadão.

E essa desfaçatez, na maioria dos casos, não encontra limites, principalmente quando o assunto é o recebimento de subsídio, termo utilizado para salário pago aos ‘nossos representantes’ nos parlamentos municipal, estadual e federal. Buscam e criam todas as condições para se locupletar dos recursos públicos, cujo alcance chega aos apaniguados, ação que submete a população a drásticos efeitos sob o argumento de rigorosa contenção de gastos.

Mairiporã está entre as cidades e os parlamentares que decidiram dar aumento aos ganhos dos vereadores a partir da próxima legislatura, que se inicia em janeiro de 2025. Cada um dos 13 edis da aldeia pitoresca hoje ganha R$ 9.713,83, que vão se transformar em R$ 12.552,26, ou seja, um aumento de 22,7% (R$ 2.839,00 a mais), que custarão R$ 1.958.152,56 por ano para o contribuinte. Hoje, essa despesa anual é de R$ 1.515.357,48.

Em todo esse processo, que os senhores vereadores aprovaram no final do ano passado em rapidez espantosa e sem barulho, é preciso destacar que o prefeito municipal recusou qualquer aumento em seus subsídios e que portanto deverá ficar congelado até o final de 2028. Em todo esse período os vencimentos do chefe do Executivo serão os mesmos, data de hoje.

Ser político eleito neste País é privilégio para poucos, pois os ganhos e tudo aquilo que dele faz parte, como salários de assessores e outros benefícios conhecidos como ‘penduricalhos’, são inalcançáveis para os cidadãos de modo geral, também conhecidos como mortais. São subsídios (salários) que nem de longe fazem parte do imaginário do trabalhador. Em relação a Mairiporã, nunca se deve esquecer que os vereadores participam de apenas uma sessão por semana.

O que assistimos neste País de faz de contas, é um grupo privilegiado que recebe polpudos salários, respaldado pelo império das leis, que é bom lembrar, são por eles mesmos aprovadas.

Enquanto os trabalhadores são humilhados com aumentos ridículos, como se vê em relação ao salário mínimo, nossos dignos ‘representantes’ não se fazem de rogados na hora de conceder expressivos reajustes em seus próprios vencimentos.

Como o dinheiro é do povo, o povo paga!