O título deste artigo pode sugerir um sem número de situações, especialmente no campo político. Não chega a ser isso, mas tem relação próxima.
A história é interessante. Numa pequena aldeia, ainda com muitos recantos bucólicos e pitorescos, o mandachuva recebeu o pedido para permitir o ingresso em suas terras de uma companhia circense, diversão apreciada tanto pelos abastados quanto pela plebe.
Como todo ‘mandachuva’ que se preza, haveria a necessidade de uma contrapartida, sem o que não seria possível a montagem da lona.
O acerto foi feito e os circenses teriam que arrecadar alimentos que a mulher do mandachuva iria distribuir entre os mais carentes.
Tudo acertado, os espetáculos começaram e a plebe acorreu ao circo para diversão com palhaços, malabaristas, trapezistas, contorcionistas e outros tantos artistas.
Enquanto o circo permaneceu na aldeia, a promessa de arrecadar alimentos foi cumprida à risca, afinal, o circo pode querer voltar um dia e não pode ir embora pela porta dos fundos.
Quando se preparava para levantar lona, o dono do circo contatou a esposa do mandachuva, dizendo que ela poderia mandar retirar os alimentos que a população gentilmente cedeu, e que para espanto geral, chegou a mil quilos.
O circense só não contava com a resposta recebida de ‘gentil’ senhora, que disse não dispor de um caminhão para o transporte do que foi arrecadado. E assunto encerrado.
Sentindo-se ultrajado, e dizendo que era dono do circo, não o palhaço, a saída foi encontrada rapidamente: os alimentos foram doados à aldeia vizinha, que parece não ter tido problemas em encontrar um único e mísero caminhão.
Por essas e por outras é que o mandachuva deixa bem claro quando circos chegam por aquelas paragens, que lona só pode cobrir o circo. Se tiver maior abrangência territorial periga transformar a aldeia num hospício.