O Cavaleiro e a Camponesa

Eu acabei de começar a leitura da obra escrita por Vergínio Zaniboni Neto, o “Gino”, publicada pela Scortecci Editora. Apesar de estar apenas nas primeiras páginas quero compartilhar minha alegria de conhecer o Sr. Vergínio, que gentilmente me presentou com essa obra e outra ainda. “Antologia Minuto de Tudo”, da qual ele também faz parte. Autografou e trouxe em mãos, o que me deixou imensamente surpreso e honrado.

Pois é, temos mais um escritor nestas terras. Aliás, ele é publicitário, poeta, escritor e pioneiro na arte digital, com exposições no Louvre, Masp, Hebraica, Faap e Mis.

Quis emprestar o nome de uma de suas obras e atribuí-lo a este texto, de forma a prestar homenagem ao carinho que teve comigo. De fato a vida é surpreendente e cheia de encontros. Existe até um termo popularizado em inglês para isso hoje em dia: “networking”.

Ontem, hoje e sempre as vidas se entrelaçam e vamos nos tornando essa pluralidade que é fruto das experiências obtidas no convívio com as pessoas, de maneira que algo fica esquecido em nós e algo também é levado por quem nos encontra. O princípio da imortalidade que leio tantas vezes nas palavras de Mário Sérgio Cortella, quando questiona: “dado que nada levamos, o que deixaremos. Qual é a sua obra?”

Vergínio é imortal. Quando se for terá deixado essas linhas, essas folhas e essa lembrança em mim. Com certeza com uma carreira extensa e bem sucedida, terá deixado outras memórias em tantos que nem deve ter ideia de quantos.

Escrever é uma arte, até mesmo se for em uma parede amarelada, em um bilhete ou bela página impressa com qualidade e gramatura. Eu escrevo, pois aprendi e porque gosto. Vou continuar até que me queiram e mesmo que as páginas acabem por embrulhar os peixes e frutas depois de semanas, mesmo assim os caracteres estarão se espalhando e poderão chegar a alguém em algum lugar do tempo e da história, quem sabe inspirem outros a se aventurar na combinação destes signos no idioma mais bonito do mundo.

“Sonhos e fantasias existem…e podem se tornar realidade…!” É o que diz a dedicatória que recebi de Vergínio. A data é do dia de Nossa Senhora de Fátima. Na capa há uma rosa vermelha sustentada com sutiliza na mão firme de um cavaleiro revestido de sua armadura. Força e fragilidade contrastando em uma página escura, onde o rubro da rosa fica em primeiro plano de forma que sugira uma relação com a camponesa.

Se você também está curioso por saber o que conta a narrativa em primeira pessoa, saiba que também estou. Minha vantagem agora é ter em minhas mãos essa preciosidade e a sua é que eu gosto de contar por aqui as minhas experiências, então há uma grande possibilidade que eu possa escrever a respeito, de forma que chegue até você.

Seja como for, não me cansarei de usar também este espaço para incentivar as boas leituras e o prazer em descortinar a alma do autor lendo seu íntimo nas palavras que aprendeu e na habilidade de lutar com elas e combinar todas em um volume de forma que faça sentido e seja uma obra de arte.

Um livro é isso e muitos são ferramentas que, bem usadas, podem fazer milagres no coração de quem escreve e de quem lê.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”