Nunca antes nesta cidade…

Mairiporã nunca registrou em toda sua história política, desde que as eleições para escolha de prefeito e vereadores passaram a ser pelo voto popular, no final de 1948, um chefe de Executivo tão processado judicialmente quanto o atual prefeito, Antônio Aiacyda. Ele coleciona dezenas de ações civis, penais e político-administrativas. Ou seja, tem para todos os gostos.
Não é comum, pelo menos em municípios do porte de Mairiporã, um prefeito ser alvo de tantas ações no Judiciário. E não há que se alegar perseguição política, pois a maioria dos processos foi proposta pelo Ministério Público (Estadual e Federal) e, por ironia do destino, através de dois políticos (um é atual vereador e líder do prefeito na Câmara, e outro pai de um também atual parlamentar, à época vereador) que hoje lhe fazem a côrte, que o denunciaram por supostas irregularidades na aquisição de merenda escolar. Este é do ano de 2008 e audiência de instrução, debates e julgamento está agendada para o dia 24 de junho próximo.
Também relativo à merenda escolar, há outra ação que corre na 2ª Vara Federal de Guarulhos, pois os recursos vieram do Governo Federal, que aguarda tão somente a sentença do juiz. Esta foi fruto de um escândalo sobre suposto superfaturamento na aquisição de alimentos, algo jamais visto na Prefeitura local, com direito à esculhambação nacional da cidade através da Rede Bandeirantes, um quadro dantesco, com o prefeito fugindo da reportagem do programa CQC.
Há ainda dois processos que estão em fase final de remessa aos magistrados, para sentença.
Deste terceiro mandato, iniciado em 2017, existem algumas denúncias já levadas ao Ministério Público e que certamente vão resultar em novas ações, mesmo que tenham a percorrer os longos e lentos caminhos do Judiciário. Mas uma hora ‘estouram’.
O que as famílias de bem de Mairiporã se perguntam, é como se permite a um prefeito colecionar tantos processos, ser acusado de improbidade administrativa e outros supostos crimes. Aiacyda, claro, se cala, não fala, se manifesta através de redes sociais tentanto passar a imagem de vítima, de coitadinho, o que todos sabem, não condiz com a realidade. O prefeito está longe desse perfil. Ao contrário, é vingativo, não raras vezes perseguiu funcionários e tem como premissa ‘torrar’ o dinheiro público com a nomeação de centenas de amigos e apadrinhados políticos que não reúnem as condições exigidas para figurar na folha de pagamento.
Se foi condenado no final de janeiro último, por inchar o quadro de servidores municipais em cargos de comissão em mandatos anteriores, também vai ser, por analogia, em relação a este (que para o bem da cidade se encerra em dezembro deste ano), pois segue nomeando cabos eleitorais pagos com o dinheiro do povo.
Parafraseando um político de expressão nacional, que também foi condenado em inúmeros processos, ‘nunca antes nesta cidade…”