O NÚMERO de candidatos a vereador na corrida por uma cadeira na Câmara Municipal de Mairiporã deve chegar próximo de 400 na eleição de 2020. Com o fim das coligações na disputa proporcional, os partidos terão que lançar o maior número possível de candidatos próprios. Com a nova regra, o eleitor terá mais opção na hora da escolha de seu representante. O candidato, mesmo que bem votado, precisará ainda atingir pelo menos 10% dos votos do quociente eleitoral se quiser garantir uma vaga no Legislativo.
A legenda também deverá reservar a cota mínima de 30% para as mulheres. A união de partidos para o cargo majoritário (prefeito) das chapas segue permitida. Cada partida poderá lançar uma vez e meia o número de cadeiras em disputa, ou seja 150% do total de 13, no caso de Mairiporã. Isso resulta em 20 candidatos, dos quais 6 obrigatoriamente serão mulheres.
A expectativa sobre o número de candidatos, se preenchidas todas as vagas em cada partido, é de 360, considerando-se que hoje, a pouco menos de um ano do pleito, a cidade conta, segundo o Cartório Eleitoral, com 18 partidos regularmente inscritos. Esse número, no entanto, pode aumentar até março do ano que vem, prazo final para partidos e eleitores estarem aptos para a disputa.
Chances – Dirigentes partidários das siglas mais tradicionais dizem que a nova lei, sem coligação, não deixa de preocupar, especialmente na hora de se montar as chapas de candidatos a vereador, pois as chanches de conquistar cadeiras ficou mais democrática, ou seja, todos os partidos passam a ter chances de ao menos eleger um representante, observados, evidentemente, o total de postulantes que conseguir inscrever.
Partidos que até as eleições de 2016 elegiam dois ou três vereadores por conta da coligação (soma de votos de todos os partidos coligados), agora, segundo analistas, vão ter mais dificuldades. Nomes fortes podem ficar pelo caminho se os pequenos partidos, com chapa completa, conseguirem o coeficiente eleitoral.
Essa é outra questão que está tirando o sono dos atuais vereadores. Se o número de votos válidos continuar a cair (que significa aumento de votos brancos e nulos), pois a queda nas abstenções tendem a seguir em alta, o coeficiente vai ser bem menor que nos pleitos de 2012 e 2016. Isso é um complicador, pois coeficiente baixo amplia as chances dos partidos menores.
Chapa pura – Os chamados ‘partidos nanicos’ comemoraram as novas regras, pois chapas puras (sem agregados de outras siglas) é um ingrediente novo que pode incentivar o eleitor a votar.
Com maiores chances, é esperado que todas as agremiações lancem chapas completas nas eleições do ano que vem.
Como seria – Se a regra que acabou com a coligação vigorasse em 2016, quatro vereadores não teriam conquistado cadeiras: Alexandre Boava (PPS), Carlos Forti (PTB), Doriedson Freitas (REDE) e Èssio Minozzi Júnior (PDT)
A nova mudança ainda está sendo digerida pelos partidos. Os desembargadores do TRE de São Paulo ainda vão se reunir para definir o número mínimo de candidatos que um partido poderá inscrever por chapa. A definição deverá sair até dezembro.
18 partidos – Segundo levantamente feito pela reportagem junto ao Cartório local, são 19 os partidos regulares: DC (27) – DEM (25) – PcdoB (65) – PHS (31 – restabelecido por decisão judicial) – PL (22) – PMN (33) – PP (11) – PRTB (28 – suspenso por não apresentar documento) – PSB (40) – PSC (20) – PSD (55) – PSDB (45) – PSOL (50 – restabelecido por decisão judicial) – PT (13) – PTB (14) – PV (43) – REDE (18) – SOLIDARIEDADE (77 – restabelecido por decisão judicial).