O vai e vém da pandemia no mundo tem sido o responsável por manter uma prática tão antiga quanto a invenção do mundo: os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres aumentam em escala espantosa.
O embate entre cientistas e economistas ainda vai longe, principalmente se a ciência não resolver dar cabo, de vez, às variantes do coronavírus, que resultam em novas vacinas e que por isso mesmo tem feito um acúmulo de riqueza impressionante às nações mais abastadas, que protegem escandalosamente os monopólios farmacêuticos.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, desta semana, revela que o coronavírus acelerou a crise social e econômica no Brasil, fato referendado pela Oxfam, empresa não governamental que analisa a pobreza e desigualdade no mundo.
A matéria destaca que desde o início da pandemia no País, compreendendo abril de 2020 e abril de 2021, cerca de 377 brasileiros perderam o emprego por hora; no pior momento da crise, 1.400 brasileiros foram demitidos por hora e registrou-se o recorde de 14,4 milhões de desempregados em abril do ano passado.
A reportagem assinala ainda que 600 mil empresas faliram e prejudicaram os indicadores de emprego. Jovens e grupos vulneráveis foram os mais afetados.
Semanas atrás o presidente Jair Bolsonaro disse alto e bom som que o Brasil vai quebrar se um novo lockdown for imposto. A julgar pelos números da Oxfam, isso é muito palpável. Qualquer paralisação nos setores que fazem girar a roda da economia vai causar estragos ainda maiores que aquele entre 2020 e o ano passado.
Também não se deve esquecer que a economia, de modo global, patina inclusive nos países mais ricos, como o Estados Unidos, para ficarmos num só exemplo.
Ou as elites empresariais e políticas do Brasil debatem a pandemia com seriedade e principalmente serenidade, na busca de políticas sérias no combate à desigualdade, sem o terrorismo que a mídia promove contra o governo diariamente, ou quando o País quebrar vão só sobrar os escombros.
E sempre é importante lembrar de um ditado muito antigo: “em casa que falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão”.