Estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgou na semana passada que as notícias falsas se espalham mais facilmente na internet do que textos verdadeiros. De acordo com ele, a circulação é 70% mais rápida.
Essa constatação não é novidade, e a velocidade também não, pois as pessoas preferem compartilham fofocas e inverdades a ler textos e notícias jornalísticas. O estudo foi feito entre 2016 e 2017 e também mostrou que as principais mensagens falsas analisadas foram disseminadas com profundidade oito vezes maior, que representa os 70% de retuitadas, no jargão da rede social.
E o número é ainda mais espantoso: enquanto conteúdos verdadeiros chegam a mil pessoas, as mensagens falsas são lidas por até 100 mil pessoas.
O perfil dos usuários também foi diagnosticado e, para surpresa, descobriu-se que os promotores de conteúdos falsos não são aqueles com maior número de seguidores, os mais ativos. Em geral são pessoas com menos seguidores, que seguem menos pessoas, com pouca frequência no uso e com menos tempo na rede social.
Os autores do estudo também examinaram a participação de robôs (bots, no jargão utilizado por especialistas) na disseminação dessas notícias. Diferentemente de teses apresentadas em outros estudos, os robôs avaliados compartilharam mensagens falsas e verdadeiras com a mesma intensidade. “Notícias falsas se espalham mais do que as corretas porque humanos, e não robôs, são mais suscetíveis a divulgá-las”, sugere o artigo.
As eleições deste ano certamente vão contribuir ainda mais para a divulgação de notícias falsas. No pleito municipal de Mairiporã, em 2016, informações inverídicas também foram publicadas em grande quantidade.
Onde isso chegará, não se pode afirmar. As autoridades se mostram preocupadas com as mensagens que vão inundar as redes sociais este ano, quando serão escolhidos novos mandatários, a começar pela presidência da República.