Nos 100 dias de gestão Aiacyda, hospital novo fechado, centro educacional interditado e funcionalismo sem reajuste

A TRÊS dias de completar 100 dias à frente do governo da cidade, o prefeito Antônio Aiacyda não tem nada a comemorar. Nem a cidade. O período foi marcado por pesadas críticas dos mais representativos segmentos da sociedade, pois aquilo que foi prometido em seu programa de governo, logo para os primeiros meses, não saiu do papel.
A farta nomeação de apadrinhados políticos em cargos de comissão, a criação de mais três secretarias, o silêncio sobre o prédio do Centro Educacional, interditado sob a ameaça de ruir, o funcionalismo sem receber o reajuste inflacionário de 2015 (cujo percentual de 4% é contestado por Aiacyda na Justiça) e mais 6,29% relativos ao ano passado, foram algumas das ações que surpreenderam de forma negativa a população.
Saúde – O mais grave, no entanto, foi transformar o Hospital Anjo Gabriel, construído as expensas do Governo do Estado, ao custo de R$ 9 milhões, em depósito de materiais da Prefeitura. Aguardado há décadas pela população que depende da saúde pública, a falta de vontade política do atual prefeito em não fazer funcionar a instituição hospitalar é flagrante.
Explicações e desculpas sobre a falta de recursos não são mais aceitas, pois cabe à Prefeitura a obrigação de terceirizá-lo e colocá-lo à disposição do povo. Um prédio com mais de 2 mil metros quadrados não foi construído para ficar fechado.
Política – A relação com o Legislativo repetiu o rolo compressor da primeira gestão de Aiacyda, isto é, não há oposição. Antes mesmo da posse o PSDB já tinha ‘amarrado’ apoio de candidatos eleitos por partidos adversários.
Prefeito e vereadores vivem praticamente em lua de mel e a discussão de temas importantes tem sido marcada por entendimento prévio entre os poderes.
O governo do prefeito Aiacyda, de forma global, colecionou erros num período considerado emblemático (100 dias), principalmente se levado em conta que o chefe do Executivo não é novato na função, pois já a ocupou durante oito anos (2005/2012).
Para observadores políticos, o prefeito fez muitas propostas transformadoras durante a campanha, e sabe que não vai cumpri-las. O início é lento e, sem os fartos recursos da primeira gestão, dificilmente haverá mudanças significativas.