NO PRIMEIRO semestre de 2023, os municípios que integram a região do Cimbaju (Mairiporã, Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato e Cajamar) registraram o maior número de estupros desde o início da série histórica, em 2001. De janeiro a junho foram contabilizados 135 casos de violência sexual, na soma das cinco cidades, um aumento de 31,2% em relação a igual período do ano passado, quando foram registrados 93 boletins. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP).
Segundo especialistas, os números podem ser ainda maiores, pois os registros feitos pela polícia não refletem o cenário real de violência. Afirmam que os casos podem ser até 10 vezes superiores ao total divulgado, pois há subnotificação desse tipo de crime.
Mairiporã e Caieiras tiveram queda nos primeiros seis meses deste ano, e no caso de Mairiporã o recuo foi expressivo, de 57,8%, passando de 19 casos de janeiro a junho do ano passado, para 11 no primeiro semestre de 2023. A redução foi ainda maior, 58,3%, quando avaliados os estupros cometidos contra vulneráveis (pessoas que não tem meios nem entendimento para se defender), que caiu de 12 para 7.
Em Francisco Morato a alta foi de 61,9% (de 21 para 55), em Cajamar de 41% (de 13 para 22) e em Franco da Rocha de 25,9% (de 23 para 31 casos).
Vulneráveis – A maior parte dos estupros foram cometidos contra vulnerável, ou seja, pessoa frágil e incapaz de algum ato, geralmente atribuído a mulheres, crianças e idosos que possuem maior fragilidade perante outros grupos da sociedade.
No primeiro semestre do ano passado, dos 93 casos, 72 foram cometidos contra vulneráveis (+22,6%). No mesmo intervalo de tempo de 2023, dos 135 registros, 107 referem-se a estupro contra vulneráveis, aumento de 20,8%.
A alta nas denúncias oficializadas, pode ser um dos motivos do recorde de casos em 2023, o que pode ser creditado à maior conscientização da vítima sobre como proceder diante desse ato criminoso. Também colaborou o maior número de ferramentas disponíveis para denúncia, como delegacias eletrônicas e as unidades especializadas em atendimento à mulher.
Legenda:
Números de casos podem ser maiores, pois há subnotificação desse tipo de crime
Crédito:
Pixabay