Nariz de palhaço

O servidor público municipal de Mairiporã que tiver um mínimo de vergonha na cara tem que comprar e usar um nariz de palhaço e mais, não votar mais nessa gente que hoje está à frente dos destinos da cidade. Sim, prefeito e vereadores.

Depois de um período de mais de duas décadas, quando se imaginava tudo consumado, eis que o Executivo, através do site oficial da Prefeitura, joga a ‘bomba’ sobre o funcionalismo: o Plano de Cargos, Carreiras e Salários, tão sonhado e instrumento para organizar e trazer justiça à categoria, não será implantado. Não neste ano!

Parece piada, mas vai muito além disso. É fazer o funcionário de palhaço, é tratá-lo como cidadão de segunda classe, é não ter um mínimo de respeito por quem, em última análise, carrega o serviço público da cidade nas costas.

A ‘bomba’ jogada teve direito a uma acusação: os responsáveis pela não implantação do plano são os vereadores, que demoraram para aprová-lo (no caso são três planos) e a votação ocorreu um dia após a edição de uma medida federal, que define o que está proibido em virtude do ano eleitoral.

Fica a sensação, ou até mesmo uma quase certeza, que essa decisão federal caiu do céu. Sim, porque nenhum dos prefeitos que passaram pelo Paço Municipal tinham, tiveram e terão vontade de implantar o plano.

Todos os prefeitos encontraram desculpas esfarrapadas e empurraram com a barriga essa importante ferramenta para o servidor.

Cabe agora à Câmara refutar o que disse o Executivo, ou engolir a acusação e pagar o ônus político por isso.

Não tenho certeza, mas Mairiporã deve estar na reduzida lista dos municípios cujo funcionalismo não tem um plano de cargos e salários. Até nisso os prefeitos usaram esse expediente para promover o seu atraso.