Na pandemia a ciência prevalece sobre a ignorância

A importância da ciência no combate à pandemia levou “92% dos brasileiros acreditarem que as pessoas devem seguir os conselhos científicos para contenção da pandemia da covid-19”, notícia da terceira edição do Índice Anual do Estado da Ciência, conduzida pela 3M Company. Nela menciona, também, que “na corrida pela vacina contra o coronavírus, até quem nunca se interessou pelo tema, parece agora familiarizado com alguns conceitos do processo de produção científica e interessado em acompanhar a evolução das pesquisas científicas”.

Entendo que o contexto pandêmico contribuiu para que milhões de brasileiros fossem libertados da ignorância científica no que diz respeito a vacinação considerando-a como a principal iniciativa de combater o coronavírus.

No último domingo (10) mais de 70 % da população brasileira estava vacinada com a primeira dose e mais 47% dela já imunizada com a segunda dose ou vacina de dose única, dados registrados pelo consórcio de imprensa. A média móvel de mortes nos últimos 7 dias foi de 437 óbitos, a menor registrada desde de novembro de 2020 e com a média de 14 dias atrás em queda com a variação de -17%.

Ao comparar os dados por estados entre percentual de imunizados e de óbitos constata-se que aqueles estados com maior percentual da população imunizadas, seja com as duas doses ou vacinados com a dose única, são os com maior diminuição de óbitos e o contrário: estados com menor índice de imunizados tem a maior quantidade de óbitos nesse período dos últimos 7 dias.

Por óbvio, conclui-se, que esse vírus se combate com vacinas. A ciência vem prevalecendo como sempre, diga-se de passagem. O inverso, para ser claro, fica demonstrado que a ignorância expressa por muitos que defendiam a cura com remédios sem comprovação de eficácia no combate ao coronavírus, inclusive remédios distribuídos pelo próprio Ministério da Saúde, contribuiu com parte desses 600 mil óbitos por ignorância diante da ciência.

Não é por coincidência, mas os estados que mais imunizaram são os com menor números de óbitos nas últimas semanas, senão vejamos, por exemplo, São Paulo e Mato Grosso do Sul imunizaram suas populações, respectivamente, 60,88% e 60,06. Eles estão na lista dos estados com mortes em queda de 32% e 55%, respectivamente. Lembrando que a média no Brasil foi 17% de queda nesse período; enquanto os estados com altas no número de óbitos, por exemplo, os estados da Amazônia, Sergipe e Rondônia aumentaram em 217%, 100%   e 75%, respectivamente, nos últimos sete dias. E a imunização total de suas populações estão, respectivamente, com 37,98%, 41,75% e 36,23%, muito abaixo dos estados com queda dos óbitos nesse mesmo período. Tal circunstância define, por consequência os óbitos, reafirmando o que a ciência vem demonstrando desde o início dessa feroz pandemia: a vacinação em massa salva vidas e é o caminho certeiro para isolar essa doença viral.

Os 92% de brasileiros libertos da ignorância defendendo a vacinação podem ficar com suas consciências em paz, pelo menos nesse caso.

 

Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)