O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC da ONU, divulgado no último dia 9, mostra impacto humano irreversível no clima da Terra. Estamos assistindo inundações arrebatadoras mundo a fora e instabilidades climáticas nunca vistas.
Nele constata-se o óbvio!
O aquecimento global é pior e mais rápido indicando que nos próximos 10 anos poderá alcançar o limite de +1,5ºC, e, por consequência, aumentará os riscos de desastres ambientais para a humanidade hoje impactada por ondas de calor e inundações.
Nos últimos 50 anos a temperatura da terra aumentou muito mais rápido que em períodos anteriores equivalentes.
O relatório conclui que “a influência humana aumentou a chance de eventos extremos desde 1950 e isso inclui a frequência da ocorrência de ondas de calor, secas em escala global, incidência de fogo e inundações.”
Nos últimos 70 anos as ondas de calor se intensificaram com mais frequência no mundo todo e de forma inversa os frios foram menos severos.
Nos últimos 40 anos constata-se aumento de ciclones tropicais. A concentração do CO2 na atmosfera em 2019 superou anos anteriores e, da mesma forma, a concentração de óxido nitroso.
Os impactos nos oceanos também são evidenciados. As ondas de calor marítimas dobraram nos últimos 40 anos. O nível médio do mar vem aumentando “mais rápido desde 1990”, registra o relatório da ONU.
Na região Ártica a área de gelo vem diminuindo e a redução de todas as geleiras do mundo vem ocorrendo de forma sincronizada nos últimos 70 anos.
O relatório do IPCC destaca que a “influência humana é responsável por alta de 1,07°C na temperatura global.” E alerta que “alta de 1,5°C a 2°C será vista neste século se não houver profunda redução nas emissões de gases de efeito estufa.”
Os dados indicam o fracasso do tratado mundial que se propunha reduzir o aquecimento global conhecido como Acordo de Paris de 2015. Nele 195 países debateram questões climáticas na Conferência das Partes das Nações Unidas. Sendo que 147 destes países ratificaram o acordo em 2017, entre eles o Brasil.
O momento exige não perder tempo em ‘buscar culpados’, mas corrigir o que for possível para, no mínimo, amenizar os impactos desse aquecimento global. O interesse econômico deveria ser equilibrado visando a sobrevivência dos seres vivos do planeta terra.
Analista consideram que algumas consequências são “irreversíveis” como, por exemplo, os degelos dos polos continuarão aumentando e o nível do mar, que já subiu 20 cm desde o início do século passado, se continuar nesse ritmo, em 2100, aumentará mais 50 cm. Porém, o relatório traz possibilidades. Num cenário razoável projeta que o aquecimento poderia voltar ao limite de +1,5º C, condicionando reduções das emissões e se for absorvido mais CO2 do que o emitido. Para tanto, necessário criar condições técnicas para permitir recuperar em larga escala o CO2 na atmosfera, aponta o IPCC.
Ao mesmo tempo, há especialistas que consideram que apesar do cenário catastrófico o mesmo não é irreversível, conforme anuncia a pesquisadora Mercedes Bustamante, professora da UnB-Universidade de Brasília, participante do grupo de trabalho do IPCC. Bustamante acredita que “1,07°C é a estimativa média entre 0,8ºC e 1,3ºC. O valor de 1,3ºC nos coloca bem próximos da meta de 1,5ºC do Acordo de Paris para 2100. Ou seja, a urgência é evidente para trabalhar nas causas do aquecimento”, conforme registra site g1.globo.com/natureza/aquecimento-global
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)