A maior parte dos envolvidos nega, porém é visível que a largada para a corrida eleitoral, cuja chegada será em outubro do ano que vem já foi dada. Metade do mandato atual já foi cumprida.
Em Mairiporã os velhos problemas que deveriam ter sido solucionados depois de ampla propaganda em 2016, vão voltar à cena para uma nova enxurrada de promessas, que não serão cumpridas.
Antônio Aiacyda, em seu terceiro mandato, renova essa conversa mole a cada eleição que disputa e suas vitórias devem-se muito à fragilidade dos adversários do que por seus próprios méritos. Mas a paciência da população tem limites.
No segundo semestre do ano passado uma parcela do Legislativo se rebelou e pelo rumo adotado indica que o Executivo vai enfrentar, pela primeira vez em muitos anos, uma forte oposição. Comportamento que se espera salutar para a política capenga que o prefeito impõe à cidade há mais de dez anos.
A questão principal, neste momento, é saber se o foco da classe política pretende visar o bem público. Os problemas que a cidade enfrenta já tiveram soluções prometidas e que nunca saíram do papel. Aiacyda mesmo, com dois mandatos e meio, insiste em priorizar pavimentação asfáltica, que por ser dispendiosa foi substituída por concretagem de ruas em Mairiporã, a dano de outros setores vitais para a população.
Os problemas são os mesmos de décadas: saúde precária, saneamento básico indecente, segurança pública inexistente, mobilidade urbana caótica, meio ambiente em completo abandono e desenvolvimento econômico ‘zero’ são alguns deles.
A ação simples de cuidar do já existente, não destruir o já feito e ampliar o bem-sucedido não consta do gerenciamento municipal. Questões básicas não encontram respostas, como os questionamentos de uma conta pública, de que forma melhorar o atendimento à saúde para que as pessoas se sintam tratadas com respeito e dignidade, ordenar o trânsito que consome cada vez mais tempo do cidadão.
Voraz na arrecadação de tributos e comedido no atendimento público, o governo municipal conseguiu, dentre outras façanhas, arrumar uma oposição no Legislativo e isso vai lhe custar caro mais adiante. Claro, se os vereadores não roerem a corda por conta de interesses pessoais.
O que se observa, pelo menos neste momento, é um início de disputa eleitoral acirrado com os candidatos formando suas bases, ocupando espaços e com isso buscar o reconhecimento aos seus nomes.
Seria prudente, no entanto, não repetir os erros do atual prefeito, que fala muito, pensa e escuta muito pouco e realiza o de sempre.