Mudei de ideia

Na semana passada tive uma ideia sobre o que escrever essa semana. Pretendia falar sobre como uma amiga muito próxima conseguiu, depois de tentar muito (e pensar em desistir), algo que ela queria. Uma semana depois, o assunto já não me parecia tão interessante, da maneira como tinha pensado antes. Mudei de ideia. Pensei então em falar sobre como certas coisas na vida são passageiras. Pensando melhor, mudei de ideia. Resolvi então falar sobre mudar de ideia.
Jornalismo nem sempre foi a minha primeira opção de curso na faculdade. Por algum tempo, fazer letras me chamava bem mais a atenção. História passou pela minha cabeça e assumo que sociologia me fez brilhar os olhos. No final das contas, mudei de ideia várias vezes até escolher uma. Eu já não me considero uma pessoa muito boa na arte de fazer escolhas, até porque as opções que se apresentam têm cada uma seus prós e contras. O “não sei” me acompanha em diversas situações e, quando eu falo que não sei, é porque não sei mesmo: em que planeta seria fácil decidir, por exemplo, qual livro ler nas férias ou qual roupa usar em uma festa. Por isso mesmo, não recuso a mim a opção de mudar de ideia.
Nem sempre as coisas saem do jeito que a gente imaginou (nem sempre o livro é bom, nem sempre a roupa cai bem), e a solução é mudar de ideia, testar algo novo, refazer. Semana passada, mesmo, fui com alguns amigos assistir ao jogo do Brasil em um telão na Avenida Paulista. Chegando lá, o local era um tanto quanto apertado, não conseguimos sentar confortavelmente e a tela nem era tão grande assim. Mudamos de ideia e preferimos ir para casa de alguém, onde teríamos, pelo menos, um sofá.
Mudar de ideia antes ou depois de fazer algo, tanto faz. O importante, para mim, é pensar que as possibilidades estão abertas e que escolher um, em um primeiro momento, não significa não poder escolher outro. Mudar de opinião também é válido, mudar de pensamento, mudar de atitude. Antes eu podia até achar que mudar não faz bem, mas, agora, mudei de ideia.