O mundo do futebol repercutiu essa semana o estado que era grave de saúde do jogador Juan Izquierdo, do Nacional do Uruguai, que teve um mal súbito em campo, quando a equipe celeste enfrentava o São Paulo no estádio do MorbumBIS em partida válida pela fase oitavas de final da Copa Libertadores da América.
Socorrido rapidamente após cair no gramado inesperadamente, foi encaminhado ao renomado Hospital Albert Einstein, na capital paulistana e após dias de internação, infelizmente faleceu. O jogador estava apenas com 27 anos. Sua esposa deu a luz ao segundo filho há poucos dias, o que aumentou a consternação pelo seu estado crítico. Nos últimos dias os boletins médicos se mostravam cada vez mais preocupantes.
No último domingo em partida válido pelo Brasileirão, os atletas do São Paulo entraram em campo vestidos com uma camisa azul, adornada por motivos relacionados a bandeira uruguaia, além de estampar os dizeres: “Fuerza Izquierdo”. O gesto e a frase em língua espanhola foram reproduzidos pela imprensa de diversos países e especialmente no Uruguai, a solidariedade do clube paulistano foi recebida com muito carinho.
Acredito que a relação entre o tricolor e os uruguaios ficará ainda mais forte, já que ao longe da história sempre houve empatia. Por aqui já passaram jogadores como Dario Pereira, Pedro Rocha e o zagueiro Diego Lugano. Atualmente, o elenco também conta com um jogador uruguaio.
Domingo eu estava em casa assistindo à partida pela televisão, como é comum para mim que sou são-paulino. Vendo a cena do time perfilado me emocionei, não apenas imaginando o sofrimento dos colegas de profissão e familiares do jogador, mas também pela lembrança do quanto gestos como esses unem as pessoas e são importantes no esporte e na vida.
Nunca mais vi da mesma forma o povo colombiano depois do que vi daquele povo em relação aos brasileiros quando do trágico acidente que vitimou os jogadores da Chapecoense, bem como membros do clube e da imprensa. Um acontecimento dolorido e que para sempre marcou os brasileiros. O tratamento dado pela Colômbia, as homenagens e o amor ao próximo demonstrado, me fizeram lançar um olhar de admiração. Eu que sempre imaginei que minha segunda nação seria sempre a Itália, e então passei a ter o mesmo amor pela Colômbia.
O time do meu coração é gigante e estou orgulhoso da postura dos jogadores e da diretoria. Notícias inclusive vazaram dando conta de que o craque e camisa 9, Jonathan Calleri, pagou do próprio bolso as despesas médicas decorrentes da internação de Izquierdo. Neste momento não houve nacionalidade e sim humanidade de forma que um grande exemplo foi dado em dias que nem sempre encontramos pessoas dispostas a isso.
Parabéns São Paulo e condolências ao Nacional do Uruguai, aos familiares e a toda nação!
Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”