O que tem de gente carente e desesperado que levanta a bandeira do desapego é impressionante. Parece que passou o final de semana lendo auto-ajuda. Se bem que deve ser esses canais que pregam: “pisa que ele se apaixona” ou então “ignora que ele vem”.
Eu me divirto analisando a psicologia deste comportamento. Sem ser especialista, vejo com clareza que nem tão no fundo, quem fica atrás disso ou faz questão de escrever essas frases de efeito, na verdade o que quer mesmo é um colinho para deitar a cabeça e um afago nos cabelos.
Finjo que acredito nesse negócio de ficar o tempo todo dizendo que não precisa de nada e não sai do crossfit e academia com a preocupação o tempo todo de expor o quanto sua vida é legal.
Fogo é quem pensa o amor e os relacionamentos como se a vida fosse uma arena e os afetos girassem em torno de um joguinho, onde o melhor manipulador consegue o que deseja. Pouco livro e muita Netflix, me parece.
Ser livre é um processo que vem de dentro e não tem nada a ver com ter ou não alguém ao seu lado. Posso estar amarrado, mesmo estando solteiro ou então ter aliança no dedo e uma liberdade de dar inveja.
Melhor mesmo é gastar o tempo cuidando de você e vivendo a vida.
Gente “descolada” atrai sem fazer joguinho. Pessoas interessantes são as que caminharam e se machucaram para se levantar. Respondem se estão disponíveis e se não respondem, não é por charme. Apenas estão ocupadas vivendo.
Carência demais me cansa e discurso pronto de desapego me irrita. O melhor é cuidar dos relacionamentos. Prestar atenção em que se aproxima e suas intenções. Descartar sem dó os tóxicos e ter humildade para se apoiar nos que te levam para cima.
Há pessoas que nos roubam, há pessoas que nos devolvem.
Simples assim!
Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb