O protagonismo na administração pública municipal deve ser compartilhado entre os dois poderes que a comandam: Executivo e Legislativo. Por isso mesmo que os seus cargos são ocupados por aqueles que passam pelo crivo popular, isto é, são eleitos através do voto.
Essa parceria saudável é o mínimo que se espera de prefeito e vereadores e, isso se observa em muitos municípios. Em Mairiporã, entretanto, a história é outra. O Executivo reina sozinho e deixa os vereadores à sombra do poder, meros coadjuvantes.
E o leitor não pense que isso é de agora, coisa do atual governo. Não! Data de muito tempo. É bem verdade que no período de 2009 a 2012 até que os vereadores puseram as maguinhas de fora e causaram dores de cabeça ao prefeito, por sinal o mesmo de agora.
Propostas que partam do Legislativo são praticamente inexistentes. A perfumaria reina entre os parlamentares e os projetos levados a discussão e votação são restritos a nomes de rua, concessão de honrarias e inserções as mais estapafúrdias no calendário oficial do município. Esse é o cardápio.
A renovação que se observou nas eleições de 2016 foi cortina de fumaça. O que se assiste é um repetir de vícios, erros antigos e desacertos em profusão. Aquilo que se coloca hoje nada mais é do que se viu ontem. Roupagens apresentadas como novas, em discursos enfadonhos e sem norte, são iguais aos de antecessores de muito tempo.
A Câmara experimenta a partir de janeiro um novo comando e o que se espera é que o Legislativo deixe de ser servil ao Executivo e atue para aquilo que é sua função precípua: fiscalizar em nome do povo o que é feito com o dinheiro público. Seria pedir muito?
Os vereadores precisam ter identidade com seus representados, discutir e buscar soluções para os problemas (não pessoais) de toda a comunidade. Se tudo não é possível fazer, e certamente não é, pelo menos a solução para os problemas mais urgentes.
Sem uma mudança radical os vereadores vão continuar, pela vida afora, apenas vereadores, e não se sabe por quantos mandatos. Tentar o cargo de prefeito é um sonho muito, mas muito distante.