O DESCRÉDITO da população com a classe política é cada vez mais visível. Não bastasse a enxurrada de abstenções registradas nas últimas quatro eleições, a oportunidade de justificar a ausência também não levou o eleitor a regularizar o título.
Em Mairiporã, dos 1.419 ameaçados de ter o documento cancelado, só 87 apareceram até o dia 6 de maio, prazo final, que foi aberto em março. Isso representa 6,5% do total. Números divulgados na semana passada revelam que 1.332 títulos foram cancelados e seus titulares estão impedidos de votar nas eleições municipais do ano que vem, e o colégio eleitoral foi reduzido de 62 mil para 60 mil.
Quem teve o título cancelado pode regularizar a situação, mas deverá pagar uma multa. A guia para pagamento da multa pode ser emitida no site do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo). Depois, basta comparecer no cartório eleitoral da cidade com documento de identificação oficial original com foto, comprovante de residência e o título, se ainda o possuir.
A regularização do título eleitoral cancelado somente será possível se não houver nenhuma circunstância que impeça a quitação eleitoral, como omissão de prestação de contas de campanha e perda ou suspensão de direitos políticos, por exemplo.
A ausência do título impede o eleitor de obter uma série de serviços e procedimentos públicos, como passaporte ou carteira de identidade, receber salários de função ou emprego público e contrair empréstimos em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo. A irregularidade também pode gerar dificuldades para inscrição, investidura e nomeação em concurso público; bem como renovação de matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.