Memórias construídas: sorte ou carinho com a nossa história?

Em meio ao sótão empoeirado, sob a luz tênue que se infiltrava pelas frestas do telhado, encontrei uma caixa antiga, em um manto de nostalgia.

Com cuidado, abri a tampa e me deparei com um tesouro inestimável: fotos e fitas VHS com vídeos que me transportaram para um passado longínquo, onde as risadas ecoavam e o amor transbordava em cada sorriso.

Eram imagens dos meus avós, em seus tempos de juventude, repletos de vida e vigor. Fotos preto e branco que capturavam a essência daquela época: meu avô, com seu olhar jovial e sorriso fácil e minha avó, elegante e radiante. Vídeos que me transportaram para momentos preciosos: um piquenique em família sob a sombra de uma árvore frondosa, o Natal aconchegante em volta da lareira, a comemoração animada do aniversário do papai.

Cada imagem, cada movimento, era como um portal que me conectava com a história da minha família. Senti como se estivesse lá, presenciando cada instante, revivendo as emoções e compartilhando da alegria contagiante dos meus avós.

Com o coração transbordando de saudade, decidi compartilhar essa descoberta com meus pais. Juntos, nos sentamos para observar as fotos e vídeos, revivendo memórias e contando histórias que, haviam se perdido no tempo e na memória. A emoção era palpável: lágrimas de saudade se misturavam a sorrisos saudosos, papai ficou emocionado e disse, “me lembro de cada segundo desse vídeo agora, mas não me lembrava antes de assistir, que riqueza isso, obrigado filho.”

Ao vermos os vídeos dos meus avós, nos sentimos como se eles estivessem ali, presentes naquele momento. Suas vozes ecoavam em nossos ouvidos, seus gestos eram vívidos em nossas mentes. Era como se a distância do tempo se dissolvesse, nos permitindo um reencontro emocionante com aqueles que tanto amamos.

Essa experiência me fez refletir sobre a importância de preservar as memórias, de eternizar os momentos especiais que a vida nos proporciona. A fotografia e o vídeo são ferramentas poderosas que nos permitem capturar a essência do tempo, transformar momentos fugazes em lembranças eternas.

Lembre-se: “Você não consegue ligar os pontos olhando para frente; você só consegue ligá-los olhando para trás. Então, você tem que confiar que os pontos se ligarão de alguma forma no futuro. Você tem que confiar em algo – na sua intuição, no destino, na vida, na carma, o que for. Essa abordagem nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença na minha vida.” – Steve Jobs.

 

Fernando Rodrigues, fotógrafo experiente e apaixonado pela arte da captura de imagens, reside em Mairiporã há 9 anos.