Massacrado nas redes sociais, prefeito recua e cancela verba tirada da Saúde para concretar ruas

A IMPRENSA Oficial da Prefeitura trouxe publicado em sua edição do dia 15 de abril deste ano, o decreto de nº 8.819, de 13 de abril de 2020, em que determinava a abertura de crédito suplementar que retirava R$ 1.210.000,00 da área da Saúde, destinada à ampliação e reforma de unidade da Saúde, transferindo esses recursos para obras de concretagem em ruas da cidade.

A decisão indignou todos os segmentos da sociedade, pois num momento em que não só o município atravessa crise em razão da pandemia do coronavírus, mas todo o País, o prefeito decide fazer politicagem eleitoral com dinheiro público, privando o setor mais sensível da administração pública e que durante seus três mandatos foi ignorado. Inclusive, manteve fechado um hospital cujas instalações são poucos os municípios que possuem.

A resposta da população veio através das redes sociais. O prefeito foi alvo de críticas contundentes e, chamado ou não à razão, diante do descalabro da medida, voltou atrás uma semana depois e revogou a medida, devolvendo a rúbrica à Saúde. O estranho nessa história é que o novo decreto, cancelando o primeiro, é datado de 22 de abril, porém sua publicação na Imprensa Oficial ocorreu só no dia 28 último, ou seja, os efeitos do decreto demoraram ainda mais seis dias para entrar em vigor.

O questinaomento das famílias de bem de Mairiporã é um só: e se ninguém tivesse se atentado para a publicação do dia 15 de abril? O decreto teria sido revogado?

É inquestionável que o governo municipal, privado de novas e fartas receitas, demonstra não preocupação, mas desespero neste momento em que as eleições se aproximam e parece não serão adiadas. Inimaginável, em qualquer outro lugar do mundo, retirar dinheiro da Saúde para concretar ruas, neste momento em que milhares de trabalhadores foram demitidos de seus empregos e centenas estão com o vírus da doença.

Se o prefeito não tomou a decisão sozinho, o que não seria de se estranhar, mas ouviu assessores próximos, a situação no Palácio Tibiriçá é ainda mais grave, pois o decreto que acabou cancelado é um exemplo da falta de bom senso dentro do governo municipal.