QUEDA drástica da umidade relativa do ar, ausência de chuvas, calor recorde, escassez de água para abastecimento e qualidade do ar prejudicada por queimadas pontuais. As condições extremas do tempo em Mairiporã, nos últimos dias, têm castigado os moradores da cidade, com sobrecarga no organismo em inúmeras vertentes, que são sinônimos de riscos à saúde.
Na quarta-feira (18), a população enfrentou mais um dia de “clima desértico”, com recorde de temperatura este ano, de 34,3 graus, e a maior para meses de setembro dos últimos 5 anos. Além disso, a umidade relativa do ar chegou a 13%, estado considerado de alerta e no limite para a classificação de estado de emergência.
Também nesta quarta, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTec/Inpe) emitiu alerta meteorológico de atenção para várias regiões do País. “As condições do tempo são, de fato, parecidas com a do deserto. A diferença é que, lá, isso é uma constante e, aqui, é uma situação eventual”, pontuam os meteorologistas.
A possibilidade de trégua é prevista para hoje ou amanhã, quando pode chover e haver registro de temperaturas menos severas devido à passagem de uma frente fria pelo litoral.
Reações – Estas condições extremas podem desencadear uma série de reações no organismo humano, que vão desde tonturas e desmaios até complicações mais sérias, quando a exposição é prolongada. Segundo profissionais especializados em fisiologia cardiovascular, o calor excessivo provoca diminuição da pressão arterial, que pode ser perigosa principalmente para quem já tem doenças cardíacas, e a baixa umidade relativa do ar faz com que as pessoas se desidratem com maior facilidade. E a consequência principal é a perda de eletrólitos, que determina a maior ocorrência de arritmias cardíacas. Já o excesso de partículas poluentes no ar favorece o surgimento de doenças respiratórias e alérgicas.