Mudar o modo de governar a cidade exige gestores competentes que a projetem a médio e longo prazos para que sejam feitas profundas transformações urbanas e socioeconômicas. Tais mudanças influenciarão a vida de uma população cada vez mais numerosa (o município tem a segunda maior taxa de natalidade da região), grande parte dela de baixa renda.
Mairiporã, há pelo menos duas décadas, patina no seu desenvolvimento. Prova disso é que ocupa o quarto lugar, dentre cinco cidades da região, na participação no PIB do Estado. Ao longo dos anos viu sua economia perder o protagonismo.
O que se espera de um novo gestor é que exista planejamento do setor público nos âmbitos da Saúde, Educação, Habitação e Sistema Viário, que precisa ser consistente e de horizonte bem mais extenso.
A questão da mobilidade urbana, por exemplo, vai muito além de um plano elaborado e aprovado pelos vereadores apenas para cumprir decisão federal, sem o qual o município teria problemas com a liberação de recursos. A cidade tem um trânsito caótico, uma malha viária que data do início do século passado, falta de projetos que possam oferecer alternativas de escoamento do tráfego e vontade política de fazê-lo.
Mairiporã continua com um aumento populacional que demanda cada vez mais investimentos em políticas públicas. É fundamental estar atento às mudanças tecnológicas e da economia e prioritariamente realizar investimentos em sua infraestrutura. Uma cidade a 30 minutos da maior metrópole da América do Sul não pode, em pleno século 21, seguir com 38% de rede de esgoto e praticamente ‘zero’ em tratamento de resíduos sólidos. E acredite quem quiser, ainda se leva água potável a dezenas de bairros através de caminhões-pipa.
Aberto em meio a uma pandemia e por decisão do Governo do Estado, que já avisou não vai ajudar na sua manutenção, o Hospital Anjo Gabriel precisa funcionar de modo permanente e atender as necessidades das populações mais pobres, mas isso requer um gestor competente, eficiente e que não use de um discurso patético de que a administração municipal não tem recursos para mantê-lo. Tem, a Prefeitura tem condições de manter o Anjo Gabriel funcionando, e bem, se acabar com privilégios, com uma máquina inchada de vagabundos em cargos comissionados e gastos desnecessários que consomem o orçamento.
O atual governo, que pela terceira vez está à frente da Prefeitura, já demonstrou não ser a solução que a cidade precisa. Em doze anos, não evoluiu, não contemplou prioridades, que são as mesmas de muito tempo e desperdiça recursos com ações meramente eleitoreiras.
Mairiporã precisa de novos tempos, novas mentalidades. E para isso é preciso mudar.