Mairiporã e a água

No mês de aniversário da nossa amada cidade, começo falando a respeito de algo que é responsável por uma das mais belas paisagens e turismo de contemplação: a represa Paiva Castro. Ela possui uma história rica e interessante. Inaugurada em 1909, a represa foi construída inicialmente para abastecer a cidade de São Paulo com água potável e é parte integrante do sistema Cantareira, um dos maiores sistemas de abastecimento de água do mundo. A construção da represa foi um marco para a região, trazendo desenvolvimento e mudanças significativas na nossa paisagem.
O Sistema Cantareira é composto por diversas represas, interligadas por túneis, canais e estações de bombeamento. Além da represa que está em nossa cidade, o sistema inclui as represas Atibainha, Jaguari-Jacareí e Cachoeira. Esse complexo foi desenvolvido para garantir o abastecimento de água para a Grande São Paulo e seus milhões de moradores.
Nos últimos anos, o Sistema Cantareira enfrentou desafios significativos, como a crise hídrica de 2014-2015. Durante esse período, os níveis de água das represas caíram drasticamente, levando a racionamentos e a medidas emergenciais para garantir o abastecimento. A crise chamou a atenção para a importância da preservação dos recursos hídricos e da necessidade de investimentos em infraestrutura e gestão eficiente da água. Desde então, diversas iniciativas foram implementadas para melhorar a resiliência do sistema e evitar futuras crises.
Mairiporã possui legislação própria para que suas políticas públicas estejam engajadas as metas e objetivos do desenvolvimento sustentável, em razão da Agenda 2030. Quanto a Paiva Castro, também se destaca pelo seu papel ambiental e recreativo. A região ao redor da represa é rica em biodiversidade, abrigando várias espécies de fauna e flora. Além disso, a área é popular entre os moradores e turistas, que desfrutam de atividades como pesca, caminhadas e passeios de barco. A represa e seus arredores oferecem espaço de lazer públicos, opções turísticas, hotelaria e contato com a natureza, contribuindo para a qualidade de vida, de modo invejável.
Da janela da minha casa eu não vejo a água da represa, mas consigo ver o verde das montanhas, maravilhoso o dia todo, mas que nos últimos dias tem oferecido cenários alaranjados de tirar o fôlego e inspirar demais. Morar aqui é um grande presente e fico feliz de poder passar meus dias nesta terra que me recebeu quando era bem pequeno, já que não nasci aqui, mas escolhi morar. No próximo dia 27 de março, chegaremos aos 136 anos de emancipação.
Minhas lembranças desde quando me conheço por gente são desta nossa Vila e nossa relação com água é bastante estreita e tem que continuar sendo, não apenas pela importância quanto ao abastecimento de água, mas como uma maravilha da natureza a ser preservada e usufruída com sustentabilidade, para que as futuras gerações também se orgulhem do que deixamos.

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”