Luz

Às vezes o destino simplesmente não quer ajudar. Mesmo nos momentos em que você mais precisa dele, diga-se de passagem. Eu, por exemplo, passei a semana toda me organizando para colocar em dia tudo o que eu precisava fazer durante o feriado. Entre escrever textos e fazer pesquisas, minha cabeça já estava pronta para funcionar. Então, de repente, como um golpe, acaba-se a luz.
Não vou mentir e dizer que não tirei algumas horinhas para não fazer nada durante o sábado, antes de me preparar para fazer alguma coisa. Não me julgue, afinal, todo mundo merece esses momentos à toa. Chega a ser saudável. Mas logo que passei a me sentir disposto a produzir pelo menos uma parte daquilo que precisava produzir, um vento forte, acompanhado de chuva repentina derruba uma árvore, que cai em cima do fio elétrico, e leva consigo a luz.
Por alguns instantes, esperei o retorno dela, da luz. Afinal, não era possível que bem naquele dia, bem naquela hora, uma coisa como essas iria acontecer. Vi o computador desligar, ainda na esperança de que logo ele voltasse à vida e pronto para me dar todas as respostas que precisava. Mas isso não aconteceu tão cedo.
Ficar sem luz elétrica é um exercício de paciência para nós que já estamos acostumados com esse tipo de energia. Não é tão difícil quanto parece, principalmente quando não se está sozinho. Mas a aflição de querer que a luz volte e se possa realizar as tarefas é preocupante.
Transferi os afazeres para o dia seguinte. O plano era acordar o mais cedo possível e já começar com os trabalhos. Porém, quando acordei, a luz ainda não estava funcionando do jeito que deveria estar.
Para passar o tempo, resolvemos sair de casa, passear. E, no exato segundo em que passamos pela porta, a luz volta!