O advento da tecnologia no mundo globalizado exterminou inúmeras atividades e promete sepultar, não demora muito, as edições impressas de jornais e revistas. Os que ainda resistem são chamados de teimosos e tentam sobreviver aliados aos sites das publicações.
Entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, pelo presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Marcelo Rech, revela temor diante do futuro que parece estar definido para os impressos. O avanço da tecnologia tirou, e esse é o tempo verbal correto, tirou fontes importantes dos veículos de comunicação tradicionais, quando o assunto é o mercado publicitário. A chamada ‘grande imprensa’, formada por jornais como o próprio Estado, Folha, O Globo, para ficarmos em três exemplos, viu seus diários em papel praticamente desaparecerem. Aqueles jornais de domingo, com mais de 100 páginas, são hoje meras lembranças.
É evidente que não se pode comparar o conteúdo de um impresso com o mesmo jornal na internet. Ainda é o jornal de papel o meio mais relevante para notícias e informações variadas, enquanto a internet dificulta a leitura do noticiário e por isso mesmo não gera o mesmo interesse. Mas, tecnologia o cidadão carrega dentro do bolso.
Já está em discussão, segundo o presidente da ANJ, a necessidade de criar uma lei que obrigue plataformas de internet a remunerar empresas jornalísticas pelo conteúdo que reproduzem. É uma questão importante e que deveria ser debatida por toda a sociedade.
Se nada mudar naquilo que se observa hoje em relação ao jornal impresso, as informações importantes, sérias, verdadeiras, vão desaparecer e ampliar o espaço fértil que as fakenews encontram nas redes sociais.
Em 1920, ou seja, há um século, Rui Barbosa já destacava a importância de uma sociedade livre: “A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam”.
Referia-se, naquele momento, à imprensa escrita, que uma vez sepultada, como tudo leva a crer, vai levar consigo a verdadeira acepção do que significa imprensa.