Lugar de lixo é no lixo

A frase é velha, as estamos longe de ver essa realidade. Boa parcela da população joga lixo em qualquer lugar, sem qualquer preocupação com o meio ambiente e a própria saúde. Acreditam que seja obrigação do poder público recolhê-lo, afinal, há uma cobrança nesse sentido no carnê de impostos.

Lamentável esse tipo de comportamento, ação de gente mal-educada, na acepção do termo, que precisa receber orientação a esse respeito. Vi o prefeito Aladim nas redes sociais falando sobre o assunto esta semana, e tem razão em cobrar uma mudança radical na postura das pessoas.

A Prefeitura, no entanto, não pode ficar restrita às reclamações. Tem que agir, conclamar aqueles que respeitam o meio ambiente a participar de ações e campanhas que resultem na melhora do descarte irregular de lixo, que vão desde simples restos de comida, até objetos de grande porte, como colchões, guarda-roupas, enfim, toda sorte de quinquilharias.

Acredito eu que sem educar nada muda e continuaremos a ver descartes irregulares em meio às matas, rios, córregos, ribeirões, terrenos baldios, que contribuem para o surgimento de insetos, ratos e animais peçonhentos.

Cada vez que ando pela cidade vejo lixo espalhado que exala forte odor que incomoda as pessoas. E não só lixo, também entulhos de construção que causam ainda mais problemas quando de período chuvoso.

Pessoas que se sentem longe do problema estão enganadas. Ele é mais presente do que se imagina.

Recente estudo “Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização”, feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), mostra que o Brasil é o quarto país no mundo que mais produz lixo. São 11.355.220 toneladas e apenas 1,28% de reciclagem. Só está atrás dos Estados Unidos (1º lugar), da China (2º) e da Índia (3º).

No Brasil, segundo dados do Banco Mundial, mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular, sem tratamento e, em muitos casos, em lixões a céu aberto. Aproximadamente 7,7 milhões de toneladas de lixo são destinados a aterros sanitários.

Acho que enquanto sociedade, temos que discutir fortemente essa questão do lixo, mas sem aquela conversa mole de lixo seletivo, lixo para reciclagem, etc e tal. Aqui em Mairiporã estamos muito longe dessa etapa de maior consciência.

Repito, é preciso com urgência iniciarmos um trabalho para que a população deixe de ser mal educada no tocante ao lixo e se conscientize que é nosso dever preservar o meio ambiente e diminuir os problemas de saúde.

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988