Lombadas: nossa maior atração

Há alguns anos, quando vereadores não faziam outra coisa a não ser pedir a instalação de lombadas (alguns, mais elegantemente falavam em ‘redutores de velocidade’) tornaram a cidade conhecida por ter uma coleção infindável de lombadas.

Enquanto Aparecida se destacou pela santa Nossa Senhora Aparecida, Holambra pelas flores, Bragança pela linguiça, Guarujá pelas belas praias, Mairiporã conseguiu esse status pelo excessivo número de quebra-molas, outro sinônimo muito usado.

Conheço centenas de cidades brasileiras, mas em nenhuma delas existe a quantidade desses obstáculos como em Mairiporã. Só na Estrada da Roseira, uma das ligações entre a cidade e a capital paulista, são mais de trinta.

Mais absurdo que isso só a forma como foram instaladas, todas sem o padrão técnico determinado pelas autoridades e legislação competentes. A começar pela distância entre elas.

Para piorar o que já é ruim, nenhuma conta com sinalização que indique a sua existência e também não tem pintura adequada.

À noite os motoristas ficam ao Deus dará, jogam com a sorte e se aventuram pelas vias com lombadas. Como enxergá-las?

O prefeito Aladim, que tem feito um bom trabalho e buscado minorar velhos problemas, deveria, a meu ver, determinar ao departamento competente um estudo sério sobre lombadas, diminuir o número delas, e reformar aquelas consideradas necessárias, porém dentro das normas técnicas, e excluir as que não atendem aos interesses da coletividade. E, óbvio, pintá-las de acordo.

Foi-se o tempo que Mairiporã era uma bucólica cidadezinha com quase 50 mil habitantes e, exagerando, 10 mil veículos. Bom lembrar que também a nossa mobilidade urbana parou no tempo.

O nosso estimado prefeito também poderia sugerir aos ‘nobres’ vereadores que parem de encher o saco da população com essa história de ‘redutores de velocidade’. Há questões mais importantes às quais deveriam dar atenção maior.

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988