Lições e ações climáticas

A tragédia climática sem precedentes que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, trouxe à tona, segundo levantamento do Governo Federal, que ao menos 1.942 cidades brasileiras estão em áreas de risco recorrente para inundações, enxurradas e deslizamentos de terra. Para muitos, esses números estão subestimados, o que enseja uma análise mais aprofundada.

Claro que as proporções da tragédia em território gaúcho nunca foram sequer imaginadas, embora os vagabundos que se aproveitam do momento para fazer politicagem, digam que faltaram investimentos nisso e naquilo, e que estudos já previam o que ocorreria. Conversa de patifes.

Casos como o do Rio Grande do Sul, mas em escala infinitamente menor, são registrados anualmente, como se viu nos últimos anos em São Sebastião, no litoral norte paulista, e em Petrópolis, no Rio de Janeiro, que evidenciam a urgência de medidas preventivas.

Depois da casa arrombada, os donos colocam trancas nas portas. Essa premissa chegou ao Governo Federal, que agora promete liberar equipamentos que monitorem tragédias climáticas.

Mairiporã enfrentou uma série de problemas com as fortes chuvas, que começaram em 1985. Deslizamentos de terra, desabamento de casas, vidas ceifadas e outros problemas inerentes foram registrados ao longo das últimas décadas.

No atual governo municipal, obras foram feitas de forma a acabar com alagamentos e enxurradas na região central, que fica na parte baixa da cidade, com a troca de tubulação e novo sistema de drenagem, ações de prevenção e mitigação, e a canalização do córrego de Terra Preta. Obras de infraestrutura exigidas pela população durante mais de 30 anos.

Outras ações da Prefeitura têm chegado a muitas localidades, como forma de minimizar os impactos dos desastres naturais. Mas é imperioso que a cidade dependa da responsabilidade e do compromisso de todos, governo e sociedade.

Portanto, é fundamental que dentre as ações, haja uma revisão periódica de dados e mapeamento de risco, que devem estar sempre atualizados e que reflitam a realidade climática e geológica do município. As mudanças no clima impõem que todos estejam preparados para enfrentá-los.