Jovens políticos e velhas práticas

A expectativa de que a Câmara de Vereadores iria respirar novos ares com eleição de jovens parlamentares, muitos neófitos em política e até em pleitos eleitorais, se transformou em ducha de água fria para aqueles que acreditavam que o novo, de fato, iria prevalecer numa instituição de vícios e práticas antigas, como se a cidade ainda vivesse nas décadas de 1960 e 1970.
Passados nove meses o que se assiste é um comportamento semelhante ao que se viu nos últimos trinta anos, o que nos leva a acreditar que tanto a política, quanto a forma de se governar a cidade, vão experimentar mais do mesmo durante os próximos quatro anos.
Prevalece o compadrio, a troca de favores, o se servir da política e não utilizá-la para servir a população. O jovem chegou com espírito velho. Muitos desses jovens, quando à margem de um cargo eletivo, criticavam com veemência aquilo que o Poder Legislativo fazia. Uma vez nele, é mais cômodo não propor qualquer mudança. Trata-se, pois, de um clássico do ‘modus operandi’ dos nossos ‘representantes.
A repercussão daquilo que vem sendo feito pelos vereadores desde janeiro, tem sido negativa. Por mais que se tente negar, a população dá mostras de estar cansada, arrependida, de que nada muda (e não muda mesmo) e que entra governo, sai governo, os episódios se repetem diuturnamente.
O espírito combativo que se esperava dos jovens pereceu antes mesmo da posse. Dias depois do pleito estavam todos atrás do prefeito eleito para uma composição, que acabou confirmada logo no primeiro dia de janeiro.
O comportamento visto durante as sessões são um prolongamento daquilo que se observa há pelo menos quatro gestões. Apresentação de indicações, de requerimentos que quase nunca são respondidos, moções (ou de apelo ou de congratulação), concessão de honrarias e por aí vai.
A sociedade mairiporanense, pelo que observou até agora, vai ter de aguardar mais quatro anos pelos embates sadios que devem existir dois poderes, inclusive a fiscalização daquilo que é feito com o dinheiro público.
Ainda não foi desta vez que o espírito jovem tomou assento no Legislativo.