Jovens eleitores

Uma das minhas falas em sala de aula sempre girou em torno de conversar com os jovens sobre a importância do voto. Neste ano em que as eleições são municipais, os candidatos estão mais próximos de nós, o que me dá esperança de que os jovens se interessem em ir às urnas. Falo dos jovens eleitores, que não estão ainda diante da obrigatoriedade.

De acordo com a Constituição federal, o voto é facultativo para quem está na faixa etária entre os 16 anos completos e 18 anos incompletos. Isso vale também para quem é analfabeto e acima de setenta anos.

Nesta época, várias campanhas estão sendo veiculadas e é nosso papel propagar a importância do voto no processo democrático. No entanto,  as últimas eleições vêm apontando uma queda na participação eleitoral no Brasil. No caso do jovem eleitor, em situação de voto facultativo, a situação é semelhante. As últimas eleições têm mostrado presença cada vez menor, deixando claro um comportamento político juvenil de pouco ou nenhum interesse pelas causas da coletividade e do bem comum.

Especificamente, analisando a adolescência, me lembro com clareza que compareci às urnas com entusiasmo pela primeira vez no ano de 1998, aos 16 anos, sem que fosse obrigatório. Naquela época estavam nascendo os votos através da urna eletrônica. Não cheguei a experimentar o voto por cédula.

A adolescência é considerada por muitos pesquisadores como uma fase de transição, tanto em relação às mudanças físicas, quanto psicológicas. É nesse período que o jovem passa a querer maior visibilidade social, é também quando as responsabilidades aumentam, como, por exemplo, o momento de exercer a cidadania em uma eleição.

Quisera então que nossos jovens pudessem perceber a participação política não apenas como um tema relacionado aos partidos políticos e aos políticos, mas, também, como a maneira pela qual o jovem se relaciona com a sociedade, envolvendo diálogo, escolhas, negociação, defesa de pontos de vista, lutas por direitos, cumprimento dos deveres e interferência na realidade.

Que os jovens saibam o verdadeiro significado de política e se interessem em buscar informações de forma que minimamente consigam argumentar quando necessário e não dar continuidade à cultura populeresca de debater apenas nas épocas de eleição.

Vem mais um pleito por aí e vamos ver como nossa cidade vai se comportar, já que da última vez enfrentávamos a terrível pandemia.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”