A política, em sua essência, nunca fez parte do cardápio dos políticos mairiporanenses. Ainda hoje o que prevalece é a antiga forma de se fazer eleições, cujos interesses da população ficam relegados a planos secundários, para se dizer o mínimo. E basta dar uma olhada na lista de candidatos a vereador deste ano (publicada nesta edição) para se concluir, definitivamente, que os postulantes a uma cadeira na Câmara Municipal simplesmente estão preocupados com seus interesses pessoais.
Estatuto, ideologia, discussões, propostas e posições diante do que vem a ser o exercício da vereança, não tem qualquer importância. Primeiro vem os interesses de cada um e de seus familiares, e que não são poucos, para só então enxergar o que se passa à sua volta e, se sobrar tempo e espaço, o que é de interesse público.
Não é de hoje que essa prática existe na cidade. Se pesquisarmos bem, vem desde sempre. E fico perplexo com o posicionamento de muitos candidatos, que trocam de partido como se troca de camisa, sem que os anseios da sociedade falem mais alto. Basta olhar os candidatos que já disputaram várias eleições, para se concluir que buscam unicamente o interesse próprio. Nas eleições de 2012, houve um candidato que se elegeu na chapa do atual prefeito e que, por ele, foi feito presidente da Câmara. Hoje, esse mesmo político está na chapa do ex-prefeito, que outrora dizia que o vereador não era pessoa confiável. E Í se estabelece a triste realidade: referido candidato não tem qualquer compromisso com quem quer que seja: partido, eleitor e a cidade como um todo.
Não sei se há interesse do leitor e eleitor em ter este alerta e dar atenção a fatos como esse, pois se o candidato não tem compromisso com ninguém, nem mesmo com a coligação, dela se utilizando apenas para se eleger, com toda certeza não tem interesse e tempo para o eleitor.
O voto é dado apenas de quatro em quatro anos, mas o que dele resulta é longo, penoso e danoso aos interesses públicos.
São muitos os exemplos de troca-troca partidário e a culpa não é só dos políticos. A pecha deve ser creditada igualmente aos eleitores. Que a esta altura do campeonato, convenhamos, não pode utilizar o velho e roto jargão de que ‘está cansado de política e de políticos’. Certamente o caminho não é por aí.