Indignação

Um dos fatores que levam Mairiporã (ainda hoje) ao atraso é que quase que a totalidade de seu território está dentro da área de proteção aos mananciais, muito por conta não só da mata, mas também em razão da represa Paiva Castro, explorada pela Sabesp.
Em sendo uma cidade protegida pelas leis ambientais, seria de se imaginar que as restrições ao seu desenvolvimento gerariam benefícios e contrapartidas por parte da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que além de nada pagar, ainda é a maior poluidora dentre os muitos que existem. Mas explora como ninguém os serviços ofertados de água e esgoto.
Pois bem, é justamente o esgoto que tem incomodado a população, pois a coleta é diminuta e desde que o saudoso prefeito Aloysio Salotti dotou a área centra da cidade com rede de coleta, e uns poucos bairros no governo Luiz Chamma, nada mais foi feito. Isso foi no início dos anos 1970.
Existem números vários sobre o total de domicílios com coleta de esgoto, mas mesmos essas divergências não vão além de 40%. Isto é, uma cidade protegida pela legislação ambiental, tem míseros 40% de coleta de esgoto sanitário. Sobre tratamento de esgoto é melhor nem falar, pois é ínfimo.
Durante 35 anos (30 de contra e outros 5 de lambuja), a Sabesp nada fez pela cidade, pois conseguiu firmar com a Prefeitura, em 1969, contrato leonino (que no jargão jurídico significa item abusivo unilateralmente num contrato que lesa os direitos da outra parte, aproveitando-se normalmente de uma situação desigual entre os pactuantes).
Prefeitos passaram pela administração da cidade e nada fizeram. Somente em 2015 é que Marcio Pampuri conseguiu a assinatura por mais 30 anos de Sabesp na cidade, com contrapartidas que de fato e de direito tragam benefícios, como rede e coleta de esgoto.
Por enquanto a questão do esgoto está relegada a plano secundário e nada se ouve falar sobre o assunto, passados dois anos da assinatura do novo acordo.
Enquanto isso, os dejetos são despejados no rio, cujo curso desemboca na represa. E fica de novo a pergunta: a Sabesp é ou não a maior poluidora da cidade?
Esperar que o atual prefeito e a nova composição da Câmara façam alguma coisa é pedir muito. Durante o segundo mandato do senhor Antônio Aiacyda, a Sabesp reinou por aqui sem ter contrato assinado.
É uma indignação!