Indecentes e vergonhosos

Dois serviços públicos fundamentais para a população, água e energia elétrica, custam os ‘olhos da cara’ sem que os políticos que ocupam cargos estaduais e federais mexam um dedo para questionar o abuso. Isso vem de longa data. As Agências do setor não estão interessadas, e pelo que fizeram até hoje passam essa impressão, em dar clareza a esses reajustes.
A sociedade é sempre apanhada de surpresa, principalmente porque os salários sobem muito abaixo da inflação e as tarifas, no caminho inverso, aumentam muitíssimo além do índice oficial do governo.
A população não se sente só pega de surpresa, se sente indignada e pior, sem reação, pois não há a quem recorrer. São percentuais indecentes e vergonhosos que são anunciados com explicações prolixas, sempre com um dos quesitos relacionados ao mercado exterior, ao preço do dólar e assim por diante.
Trazendo a questão para a cidade, nunca se ouviu a esse respeito um reles discurso, daqueles inócuos, que geralmente os vereadores fazem como forma de chamar a atenção. Parece até que os senhores parlamentares não foram alcançados pelos aumentos de água e luz.
Muitos segmentos da sociedade questionam onde isso vai chegar. Aliado a esses dois serviços essenciais, tem ainda o combustível (etanol, diesel e gasolina) e o gás de cozinha.
De volta aos ‘nossos representantes’, deputados e senadores nunca fizeram qualquer pronunciamento a respeito nem mesmo simples gestos de questionamentos, pois esses reajustes, diante dos altos salários que recebem, são insignificantes e não doem no bolso. Pelo menos não no deles. Enquanto isso o cidadão comum tem que se equilibrar com o pouco que ganha e os principais setores da economia repassam os custos a um grupo cada vez menor de consumidores.
A Prefeitura passou a ser a responsável pelo setor de energia elétrica da cidade. Ainda não se tem notícia sobre os custos que deverão incidir nos impostos do ano que vem. Mas certamente não será um presente de Papai Noel.